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Cláudia Laitano: Quarentena

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Cláudia Laitano: Quarentena QUARENTENA “Pesquisas no @MerriamWebster, em ordem: pandemia, coronavírus, quarentena, corona, epidemia, draconiano, confinamento, lei marcial, xenofobia, apocalipse, autoisolamento, cancelar, apoplético, presumível, endêmica, mitigar vetor, calamidade, vírus, pestilência, adiar, kafkiano.” (@PeterSokolowski no Twitter)  DEFINIÇÃO: Restrição ao movimento de pessoas e mercadorias com o objetivo de impedir a propagação de doenças ou pragas. Frequentemente usado em conexão à situação daqueles que podem ter sido expostos a uma doença transmissível, mas não têm um diagnóstico médico confirmado.  ORIGEM:  Do italiano “quarantino”, uma variante de “quaranta giorni” (quarenta dias) expressão usada no dialeto veneziano dos séculos 14 e 15 para designar o período em que todos os navios deveriam ser isolados antes que os passageiros e a tripulação pudessem desembarcar em terra durante a epidemia da Peste Negra.  QUEM USOU: “Em todo o mundo, uma cultura do coronavírus está surgindo, espontânea e criativamente, para lidar com o medo, as restrições à vida cotidiana e o tedioso isolamento imposto pela quarentena. ‘Este é um filme ruim de ficção científica que se tornou real’, diz Agustín Fuentes, antropólogo da Universidade de Notre Dame, referindo-se ao modo como a Covid-19 vem afetando a rotina das pessoas. Fuentes prevê que um profundo processo evolutivo deve garantir a sobrevivência da espécie à medida que as pandemias se tornarem mais comuns. Para o antropólogo, essa evolução já é visível. ‘O que importa para os seres humanos é a conexão. A quarentena exigirá que as pessoas se conectem de outras maneiras. Uma das coisas surpreendentes da espécie humana é que, com o tempo, nos tornamos muito criativos. Nós nos adaptamos para sobreviver. É nisso que as pessoas devem apostar agora – criando maneiras incrivelmente imaginativas para encontrar conexões, mesmo quando não estão juntas no mesmo espaço físico “. (Robin Wright, New Yorker, 12 de março) “Quando você está em quarentena e angustiado, fica difícil pensar em outras coisas. Uma estratégia de alto risco talvez seja mergulhar de cabeça em algumas das mais terríveis pragas da literatura, de Sófocles a Albert Camus, para colocar as coisas em perspectiva. Há algum consolo na experiência humana ao longo dos séculos. Os grandes temas – o medo causado pela falta de compreensão dos acontecimentos, a vulnerabilidade dos médicos, o surgimento de pessoas cínicas tentando tirar proveito da situação – se repetem ao longo dos séculos. Você se sente culpado por sua obsessão em acompanhar as atualizações diárias de mortos e infectados? Os escritores ingleses Samuel Pepys e Daniel Defoe compartilhavam o mesmo fascínio. Se você se sentir realmente deprimido, lembre-se de Giovanni Boccaccio, que observou que em tempos de praga ‘um homem morto não vale mais do que uma cabra morta’. Veja só, você já deve estar se sentindo melhor!” (Paola Tamma e Christian Oliver no site Politico, em 15 de março) Confira a lista sugerida pelo site Politico (politico.com) para enfrentar a quarentena em boa companhia:  A Peste (1947) – Albert Camus O romance por excelência sobre como a psique humana reage em tempos de peste, confinamento e medo da morte. Os personagens de […]

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QUARENTENA “Pesquisas no @MerriamWebster, em ordem: pandemia, coronavírus, quarentena, corona, epidemia, draconiano, confinamento, lei marcial, xenofobia, apocalipse, autoisolamento, cancelar, apoplético, presumível, endêmica, mitigar vetor, calamidade, vírus, pestilência, adiar, kafkiano.” (@PeterSokolowski no Twitter)  DEFINIÇÃO: Restrição ao movimento de pessoas e mercadorias com o objetivo de impedir a propagação de doenças ou pragas. Frequentemente usado em conexão à situação daqueles que podem ter sido expostos a uma doença transmissível, mas não têm um diagnóstico médico confirmado.  ORIGEM:  Do italiano “quarantino”, uma variante de “quaranta giorni” (quarenta dias) expressão usada no dialeto veneziano dos séculos 14 e 15 para designar o período em que todos os navios deveriam ser isolados antes que os passageiros e a tripulação pudessem desembarcar em terra durante a epidemia da Peste Negra.  QUEM USOU: “Em todo o mundo, uma cultura do coronavírus está surgindo, espontânea e criativamente, para lidar com o medo, as restrições à vida cotidiana e o tedioso isolamento imposto pela quarentena. ‘Este é um filme ruim de ficção científica que se tornou real’, diz Agustín Fuentes, antropólogo da Universidade de Notre Dame, referindo-se ao modo como a Covid-19 vem afetando a rotina das pessoas. Fuentes prevê que um profundo processo evolutivo deve garantir a sobrevivência da espécie à medida que as pandemias se tornarem mais comuns. Para o antropólogo, essa evolução já é visível. ‘O que importa para os seres humanos é a conexão. A quarentena exigirá que as pessoas se conectem de outras maneiras. Uma das coisas surpreendentes da espécie humana é que, com o tempo, nos tornamos muito criativos. Nós nos adaptamos para sobreviver. É nisso que as pessoas devem apostar agora – criando maneiras incrivelmente imaginativas para encontrar conexões, mesmo quando não estão juntas no mesmo espaço físico “. (Robin Wright, New Yorker, 12 de março) “Quando você está em quarentena e angustiado, fica difícil pensar em outras coisas. Uma estratégia de alto risco talvez seja mergulhar de cabeça em algumas das mais terríveis pragas da literatura, de Sófocles a Albert Camus, para colocar as coisas em perspectiva. Há algum consolo na experiência humana ao longo dos séculos. Os grandes temas – o medo causado pela falta de compreensão dos acontecimentos, a vulnerabilidade dos médicos, o surgimento de pessoas cínicas tentando tirar proveito da situação – se repetem ao longo dos séculos. Você se sente culpado por sua obsessão em acompanhar as atualizações diárias de mortos e infectados? Os escritores ingleses Samuel Pepys e Daniel Defoe compartilhavam o mesmo fascínio. Se você se sentir realmente deprimido, lembre-se de Giovanni Boccaccio, que observou que em tempos de praga ‘um homem morto não vale mais do que uma cabra morta’. Veja só, você já deve estar se sentindo melhor!” (Paola Tamma e Christian Oliver no site Politico, em 15 de março) Confira a lista sugerida pelo site Politico (politico.com) para enfrentar a quarentena em boa companhia:  A Peste (1947) – Albert Camus O romance por excelência sobre como a psique humana reage em tempos de peste, confinamento e medo da morte. Os personagens de […]

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