Parêntese | Reportagem

Como Porto Alegre chega aos anos 2020 em educação, moradia, saúde e trabalho

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Como Porto Alegre chega aos anos 2020 em educação, moradia, saúde e trabalho Foto: Luciano Lanes/Arquivo PMPA
Pedro Papini, Naira Hofmeister e Juan Ortiz Onde está concentrada a população de Porto Alegre? Os lugares mais populosos da cidade possuem infraestrutura correspondente? Quem mais precisa tem acesso a serviços? Homens, mulheres, brancos e pretos têm as mesmas A oportunidades na capital gaúcha? Guiada por perguntas como essas, a equipe de reportagem da Parêntese buscou os mais recentes levantamentos sobre educação, saúde, trabalho e moradia que ilustram como a cidade entra nos anos 2020. Descobrimos que tem tanta gente morando espremida entre o Centro Histórico e a Cidade Baixa quanto na vasta área do bairro Sarandi (igual à soma do território total dos 27 menores bairros da cidade), na zona norte. A quantidade de gente quase equivale, a diferença é que nessas áreas centrais e na beira do Guaíba está a população mais rica, enquanto a periferia abriga as menores rendas da capital, e de forma mais distribuída. Os bairros distantes do centro concentram postos de saúde e mais escolas de ensino fundamental – mas a maioria absoluta delas é privada. Pelo menos a divisão de praças e áreas verdes é mais democrática e abrange quase todo o território da cidade. Também constatamos que ser homem branco em Porto Alegre eleva a remuneração, enquanto que mulheres e pessoas negras ganham menos – o que reproduz uma realidade nacional, constatada em 2018 pelo IBGE. A origem dos dados consultados são as fontes oficiais: IBGE (que deverá atualizar o censo mais recente, de 2010, no final deste ano) e a prefeitura municipal de Porto Alegre, que possui um órgão dedicado a guardar esse acervo: o ObservaPOA. Embora de fácil acesso, muitos dados estavam desorganizados ou sem um padrão adequado para a análise em planilhas. O erro mais comum foi a não utilização da nomenclatura e divisão corretas dos bairros de Porto Alegre, instituídas pela Lei 12.112 de 2016. Muitas das tabelas disponibilizadas em sites da prefeitura traziam nomes antigos, como Jardim Itu Sabará (desde 2016, dividido entre Jardim Itu e Jardim Sabará), ou nomes de utilização informal, como Restinga Nova e Restinga Velha – divisão que, embora guarde relação com a história do bairro (como explicamos na newsletter de 3 de janeiro), não é adotada oficialmente. Para evitar distorções, os dados foram checados e corrigidos quando necessário – e foram ao menos 350 correções. Outra dificuldade foi o formato das informações públicas disponibilizado pela prefeitura: a lista com as praças da cidade, por exemplo, estava salva em um arquivo com extensão .pdf, e não em uma tabela, conforme é determinado pela Lei de Acesso à Informação (LAI) e em outros mecanismos legais que instituem políticas de fornecimento de informações públicas. Isso significa que é preciso transferir manualmente os dados para um arquivo de tabela (como o .xlsx, por exemplo), para que seja possível calcular estatísticas e rodar análises. Os dados selecionados são apresentados em mapas e infográficos que facilitam sua leitura e análise, e trazem também um texto de apoio contextualizando os números, sempre com a indicação das fontes específicas consultadas. […]

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