Resenha sobre as Missões
Quem vai às Missões deve estar preparado para receber em cheio aquele mormaço moral: missões. Não bastasse uma! Não há passeio às Missões. Ir para lá se torna sempre uma etapa de um projeto, um encargo.
Nas Missões a gente não visita um cemitério para lembrar de quem todo mundo lembra (um Baudelaire, digamos). Nas Missões a gente adentra uma tumba interminável de figuras jamais excessivamente lembradas: Sepé, Maicá, Guarany, todos os indígenas. Nas Missões a gente não visita impunemente a casa de um poeta – a gente vai na casa do Apparicio Silva Rillo e sente logo a responsabilidade de escrever uma biografia sobre ele, de organizar a obra completa, de ser também poeta.