Um coração na boca
*A autora escreve para a Parêntese sobre sua experiência na Bienal de Veneza
“Com o coração saindo pela boca” vivemos. Quem nunca quase morreu de susto, de medo, de vontades, de boleto vencendo, de dinheiro de menos, de filho nascendo, de alguém sofrendo, de um amor morrendo, de alegria, de corpo tremendo? Tem o coração da correria, tem o coração da calmaria, mas sempre tem coração.
Poderia falar da Bienal de Arte de Veneza por vários trajetos e ruelas, mas o corpo, o humano, o da natureza, o social, o corpo-continente me raptou a atenção e o gosto. “Bunda mole”, “da boca pra fora”, “borboleta na barriga”, “barriga cheia”, “barriga vazia”, “molhar a mão”, “comer com os olhos”, “ponta da língua”… às vezes para dizer é só olhar esse corpo imagem e arte e silenciar porque o corpo fala, mesmo que a gente não queira.
[Continua...]