Um lugar em Porto Alegre
Em minhas muitas peregrinações pelo mundo, por outras cidades e outros lugares – percursos que fazemos, algumas vezes por obrigação, outras, pelo prazer da descoberta –, o pedaço de Porto Alegre que me enche de saudades, se a distância e minha própria ausência se impuserem, é a minha janela na hora do crepúsculo. Quando aqui estou, em minha cidade, em meu lugar, dia após dia, câmera nas mãos, paciente, aguardo o espetáculo cotidiano. Ocorre-me a fala de certo personagem de Calvino em Amores Difíceis: “A vida que você vive para fotografar já é desde o princípio comemoração de si mesma”.
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