Adeus eterno
Neste domingo, 19 de junho, fará sete dias que João Souza nos disse adeus. Um adeus definitivo, eterno. Desde segunda-feira, 13, pela manhã, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória, não podemos mais nos encontrar para um cafezinho, almoço, jantar ou um simples chopinho, acompanhado por uma tábua de frios. Seu jeito elegante de príncipe africano, olhar sempre atento, voz calma, baixa, serena e humor sempre em alta marcaram nossos 54 anos de muita amizade, respeito e admiração.
Conheci o João logo que entrei no Jornalismo, no início de 1968. Aos 21 anos eu era a foca (iniciante) perfeita: acreditava que, como repórter, mudaria o mundo para melhor. João era assessor de imprensa (dos bons) na secretaria estadual da Saúde. Sentia prazer em ajudar os colegas. Respondia nossas perguntas sem pressa e explicava cada termo técnico que surgia para nos assustar como um dinossauro redivivo.
Ali surgiu uma amizade à primeira vista. Lembro que, depois de passar as informações e bater um papo, me acompanhava até o elevador. Eu falando muito. Ele, pouco. Ouvia, com cara de quem acreditava e apoiava, o meu entusiasmo espalhafatoso pela vida e a profissão.
[Continua...]