Denominações de origem indígena em prédios de Porto Alegre
Nesta já extensa catalogação dos nomes de prédios da cidade de Porto Alegre, as denominações de origem indígena se fizeram presentes de muitos modos. No artigo que apresentou nomes de mulheres em prédios, lá estavam, por exemplo, Janaína e Araci. No artigo que apresentou nomes de pedras, bichos e plantas a designar prédios em Porto Alegre, lá estavam Tucano, Sabiá, Itabirito e Ipê. Em outro artigo, que explorou a natureza como fonte para designação de prédios, focando em rios, montanhas, ilhas, bosques, lagoas, lagos, praias, serras, costas, cordilheiras e florestas, lá estavam Igarapé, Rio Solimões, Parque Cataratas do Iguaçu dentre muitos outros oriundos dos povos originários. Ao elaborar o artigo, ficou evidente que muitos nomes de acidentes geográficos no país têm origem indígena, como é o caso de Guarapari, que depois de praia famosa virou nome de edifício em Porto Alegre.
No artigo que tratou dos nomes de municípios gaúchos em designação de prédios de Porto Alegre lá estavam edifícios com nomes como Bagé, Tupanciretã, Chuy e Cacequi, e muito mais. Espalhados por vários artigos sobre nomes de prédios, encontramos denominações iniciadas por ITA, e que claramente indicam influência dos povos originários, como é o caso de Edifício Itaipava, Condomínio Itapeva, Residências de Itapoã, Reserva Baía de Itapema. E quando coletei nomes de prédios que fazem referência a estados, cidades e gentílicos, logo me deparei com Edifício Guanabara e Edifício Carioca, claramente designações originárias de povos indígenas.
Este exercício de busca de termos que remetem aos povos originários, em artigos já publicados acerca da designação de prédios em Porto Alegre, poderia continuar, e mais se encontraria. Mas fico por aqui, já é suficiente para mostrar sua presença disseminada em nosso léxico. Se já abordei as denominações indígenas em prédios de Porto Alegre, por que voltar ao tema? Basicamente, para sistematizar em um único artigo, cujo foco é esse, e ampliar a apresentação do leque de materiais coletados nas andanças pela cidade. Nomes indígenas para designar prédios na cidade já foram moda, mas perderam força há pelo menos duas décadas.