Ester Mambrini em três perguntas
Parêntese – Linhas gerais de vida & profissão?
Ester Mambrini – Até ser revisora de textos e professora de produção textual, estive de lixadora de móveis, auxiliar de contabilidade, caixa de supermercado, telefonista e secretária executiva, e antes do mestrado também na UFRGS em Linguagem no contexto social graduei em Letras (1997), curso precedido de História e Publicidade, abandonados. Daí, fui professora substituta na Fabico e depois no Jornalismo Universidade Tiradentes (Aracaju/SE). Voltei pra Flores da Cunha em 2011 pra um projeto franciscano (para só escrever e cultivar uma horta) que faliu rapidamente e em 2014 acabei passando no concurso da Emater como revisora, onde trabalhei até fevereiro deste ano. Desde então, faço frilas como revisora (à moda copidesque), editora de textos, leitura crítica e desenvolvo o projeto Escutas para Escrita, oficinas on-line de produção de narrativas.
P – Tu tens produção literária em mais de um gênero, certo? A narrativa longa, como neste folhetim, te agrada, mais que outros tipos de texto?
EM – Durante oito anos, publiquei crônicas (algumas muito boas) e alguns poemas no blogue emaju.wordpress.com. Em 2019, publiquei sob pseudônimo a coletânea de poemas eróticos Versos da folha-ponto – o amor (des)impedido em horário de expediente (Penalux) e a novela Três mulheres a dois (Bestiário/Class), resultado de uma reinvestida radical num texto dado por perdido em 2013. Gosto muito de escrever textos curtos articulados a narrativas que se alongam estruturadas por diferentes narradores pra diferentes pontos de vista.
P – A protagonista de “Portas Porto Alegre” tem a ver com tua experiência pessoal?
EM – Sim, tudo, mutatis mutandis. Inclusive, Úrsula teria sido meu nome se a caminho do cartório meu pai não tivesse encontrado sua irmã Margarida: “muito feio”, opinou ela, e sugeriu pra mim o nome da tia deles.