Entrevista

Henrique de Freitas Lima – 50 anos de nativismo

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Henrique de Freitas Lima – 50 anos de nativismo Henrique de Freitas Lima, centro (Foto: arquivo pessoal)
Terça passada, dia 22, estreou na TVE uma série documental de nove episódios, um por semana, sobre o meio século passado desde o começo dos Festivais Nativistas de música no estado. A produção é de Henrique e Marília de Freitas Lima. Foi em 1971 que Uruguaiana sediou aquele que marcaria o começo de uma intensa experiência cultural, em dezenas de cidades pelo Rio Grande do Sul, afora e adentro. Havia o bafo quente dos festivais que marcaram a segunda metade da década de 1960, que puseram em marcha o que agora a gente chama, sem dificuldade, de MPB e de Tropicália. Sem eles, a história teria sido outra, bem outra. E sem os Festivais nativistas, como seria a face da canção entre nós? Pergunta ociosa e irrespondível, mas que de algum modo ajuda a pensar no valor do processo história já transcorrido e da série que agora entra no ar, que começa recuperando algo da história da canção regional anterior ao primeiro festival e avança pelos 50 anos de história.  Respondendo a quatro perguntas, o produtor e diretor Henrique de Freitas Lima conta um pouco mais do processo e dos motivos.  (Texto: Luís Augusto Fischer)  Parêntese – De onde surgiu a ideia desse amplo documentário?  Henrique de Freitas Lima – Por ter vivido o surgimento da Califórnia na minha casa em Uruguaiana em 1971, quando tinha 12 anos, há muito queria contar esta história. Meu pai, Henrique Dias de Freitas Lima (1932/2005), foi o primeiro Presidente do festival e líder inconteste daquele grupo de voluntários que mudou a cultura do RS. Fui convidado em 2018 pelos produtores Luci Caminha e João Bosco Ayala a assumir a parte audiovisual do projeto que também teve os shows em dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 sob o título “Tempo em Movimento”. P – Como foi a recepção da ideia pelos depoentes? Imagino que tenham gostado, claro. Alguém não quis participar? (Não precisa citar nomes, mas os eventuais argumentos.) Conta alguma das reações, por favor? HFL – A maior parte dos artistas convidados participou com entusiasmo, incluindo nomes que se projetaram nacional e internacionalmente a partir do movimento, como Yamandu Costa e Renato Borghetti. O único que não quis participar, apesar dos renovados convites, foi Vitor Ramil, em que pese ter defendido na Califórnia aos 18 anos a milonga “Semeadura”, com letra de José Fogaça, que virou um clássico e está na Série. Afirma que não tem ligação com este universo, apesar de se nutrir das letras do poeta alegretense João da Cunha Vargas em boa parte de sua carreira.  P – Cinquenta anos são duas gerações. É visível a mudança de uma para outra, a dos protagonistas nos anos 1970 e 80 e a que apareceu nas duas décadas mais recentes? Por quê? HFL – Com certeza. A maior parte dos clássicos do Nativismo vem das primeiras décadas, assim como os grandes nomes, muitos deles já não mais conosco. Nos últimos vinte anos, apesar da disseminação dos festivais e o surgimento de novos nomes, […]

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