Entrevista

Jéferson Assumção – Novo Diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas

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Jéferson Assumção – Novo Diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas

A entrevista a seguir traz Jéferson Assumção, que assume um cargo importante nesse momento de reconstrução do Ministério da Cultura. Depois de um desmonte sem igual no setor cultural, promovido pelo governo anterior, Assumpção compõe a equipe da ministra Margareth Menezes com o objetivo refazer o MinC que havia sido rebaixado a Secretaria. A volta acontece com a finalidade de aplicar políticas públicas que se servirão de um grande orçamento, o maior da história desse ministério. 

À Parêntese, Assumção explica como deve se dar o trabalho da equipe de governo que precisou reunir informações do que foi desfeito e que, agora, está “colando os cacos”, como diz o próprio entrevistado.

Ao mesmo tempo que responde sobre as ideias e movimentos necessários a serem feitos na atual gestão, o novo Diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas nos conta parte de sua atuação política em outros momentos de sua vida profissional. 

Lemos também o que levou Assumção a construir sua carreira como escritor para ao mesmo tempo se lançar, em anos anteriores, aos postos ligados à cultura, tanto no governo do Rio Grande do Sul quanto na cidade de Canoas.

Nas palavras de Jéferson Assumção: “É um momento desafiador e bonito.” Momento – como bem diz o cargo da diretoria que ele ocupa – de livro, leitura, literatura e bibliotecas.

Texto de Ângelo Chemello Pereira


Parêntese – Jéferson, primeiro de tudo uma impressão tua: como está o clima deste começo de governo na área da Cultura? Tu presenciaste alguma cena que vale a pena registrar?

Jéferson Assumção – Acho que em toda a Esplanada, e não só no Ministério da Cultura (MinC), há um clima de refundação, de refazendo tudo. No caso do MinC ainda mais. Recém refundado, tivemos que sair não do zero, mas de abaixo do zero, em termos institucionais, de estrutura, pessoal e de políticas para o setor. 

No governo passado, o MinC tinha sido rebaixado a uma Secretaria Especial de Cultura dentro do Ministério do Turismo. Com isso se reduziu a importância da área não só em Brasília, mas no Brasil como um todo. Temos então a tarefa de recolocar a cultura no lugar que ela merece: de destaque no imaginário dos brasileiros. Isso passa por mostrar que a cultura é um ativo, uma riqueza, de onde podemos tirar muito para nosso desenvolvimento social e econômico.

Quando nós da cultura vamos a uma favela, não a vemos da mesma maneira que a segurança pública vê, ou seja, apenas como um lugar necessitado, precário. Também não a vemos só em suas deficiências urbanísticas, de saúde, de desenvolvimento econômico ou social. Além dessas suas necessidades, nós vemos esses locais em sua riqueza, em sua capacidade criativa, simbólica e em como os modos de fazer e viver naquela comunidade produzem esteticamente, eticamente. 

Nos últimos anos não foi isso o que aconteceu. Pelo contrário, o que houve foi voltar a se pensar as periferias como inferiores em tudo, como descartáveis. Isso se dá, entre outras coisas, por uma certa vergonha que as elites têm da cultura brasileira, da nossa diversidade. Temos que voltar a valorizar o Brasil criativo, em todo seu território. Por isso é que dizemos que estamos numa travessia, como a ministra Margareth Menezes, em sua posse, chamou este momento. Precisamos voltar a ver o Brasil inteiro, e não só os grandes centros urbanos, como potência cultural. 

Participar dessa travessia junto com a ministra, mulher negra, uma artista popular vinda da periferia de Salvador e que carrega toda uma representação do povo brasileiro, é emocionante. Margareth Menezes é uma artista formada nas camadas mais profundas da vida cultural brasileira, desde a musicalidade da família até sua carreira exitosa e a ação cultural efetiva nessa própria Salvador. 

A ministra tem falado muito na formação cultural e na centralidade da cultura nesse renascimento do Brasil. Então, estamos muito felizes e desafiados com essa perspectiva e com as responsabilidades de fazer uma gestão do MinC que olhe para os mais pobres, que amplie os repertórios culturais das populações, vendo também suas potencialidades.

A lavagem simbólica da entrada do prédio B, onde ficam o Ministério da Cultura e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com muito sal grosso e ervas, foi uma cena marcante e que abriu as portas dos dois ministérios, já no dia seguinte à posse do presidente Lula. São duas áreas que sofreram muito no governo passado e que voltam, ao mesmo prédio de sempre, com duas mulheres com muito simbolismo: as ministras Margareth Menezes e Marina Silva. 

Esta imagem se soma à das duas ministras sentadas uma ao lado da outra, na posse de Sônia Guajajara como ministra dos povos indígenas. Marina, emocionada, tem a mão segura pela mão da ministra Margareth. Sem dúvida é uma imagem poderosa sobre o cuidado que devemos ter uns com os outros, com os indígenas, com a cultura, o meio ambiente e as populações mais necessitadas, independente das religiões a que ambas estão ligadas, uma cantora popular baiana e uma acreana indígena e evangélica etc. Como diz o presidente Lula, não é apenas de governo, mas de cuidado o que o Brasil precisa.

P – Teu cargo é o de Diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. Dá uma ideia do que ele implica, por favor. Como é a estrutura dessa diretoria? Tem relação com a Biblioteca Nacional? E em relação ao Ministério da Cultura, qual a posição hierárquica desse cargo?

JA – Do ponto de vista institucional, retomamos uma estrutura que não havia para essas políticas desde a morte do poeta Waly Salomão em 2004, ele que foi o último secretário de livro e leitura antes da pasta ser extinta. Hoje a Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) é uma das duas diretorias da recém-formada Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), cujo secretário é Fabiano Piúba, meu amigo, uma grande referência nas políticas culturais brasileiras, que também já foi diretor de Livro e Leitura na primeira gestão de Juca Ferreira.

Diferente dos governos passados, temos agora uma estrutura mais robusta para tocar essas políticas, maior que em qualquer outro momento recente. A DLLLB é constituída por uma coordenação-geral de leitura e bibliotecas e uma coordenação geral de livro e literatura. Vamos seguir o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), nossa preciosa carta de navegação para o setor, construída em concertação entre MinC-MEC, governo e sociedade desde o início do primeiro governo Lula. 

Dentro estão, por exemplo, as políticas ligadas ao fortalecimento do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), com a implantação e modernização de bibliotecas públicas, os pontos de leitura, o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), os programas Agentes de Leitura, de fomento à literatura, aos eventos literários, à indústria do livro, internacionalização da literatura brasileira etc. A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), atualmente presidida pelo acadêmico Marco Lucchesi, é uma vinculada do Ministério da Cultura e uma instituição com quem trabalhamos em conjunto em muitos projetos, programas, políticas e o PNLL – Plano Nacional do Livro e Leitura.

P- Qual foi o cenário encontrado no setor, agora? Há alguma base positiva para retomar os trabalhos?

JA – Na Cultura, o cenário, que começamos a levantar desde a transição, é de desmonte das estruturas e paralisia das políticas. No final de 2022 e início de janeiro, trabalhamos em busca de informações e agora estamos colando os cacos. Neste sentido, os vidros quebrados, as obras de arte rasgadas, as peças e mobiliários mutilados nas três sedes do poder em Brasília servem também como poderosa metáfora do que foi feito nos últimos quatro anos em nosso país, na cultura, meio ambiente, políticas sociais e econômicas. 

Também no MinC e na DLLLB, estamos, em linguagem figurada, colando nossos cacos, trocando os vidros e reorganizando o que ficou bagunçado. Ao mesmo tempo que isso acontece, também se tem muita vontade de fazer as coisas acontecerem, de, no nosso caso, impulsionar com tudo a retomada das políticas públicas de livro, leitura, literatura e bibliotecas. O orçamento do MinC para 2023 será o maior da história, com cerca de dez bilhões de reais, fruto de muita pressão social e de articulação com o Congresso em torno das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Isso vai gerar um impacto muito positivo na vida cultural brasileira.  

P – Tu tiveste uma experiência administrativa semelhante em outros governos federais petistas, não é? Quando foi? Tem como estabelecer algum paralelo entre os dois momentos, aquele e este atual?

JA – Esta é a terceira vez que atuo nessa função no Ministério da Cultura. A última foi uma passagem rápida em 2015. O primeiro momento, o de 2005 a 2008, foi de muita construção dos programas e políticas de livro e leitura, com um salto na implantação e modernização das bibliotecas e no orçamento para o setor. Passamos de cerca de R$ 6 milhões para R$ 106 milhões no último ano, quando saí para ser secretário de Cultura de Canoas e depois secretário adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul, com o querido amigo Luiz Antonio de Assis Brasil. 

O segundo momento era de manutenção dos avanços, de continuidade dos editais para Pontos de Leitura, Agentes de Leitura, internacionalização da literatura etc. Agora é o de reconstrução e de atualização, de fazer um F5, como diz o pessoal da cultura digital. Isso porque tem muitos elementos novos, atores culturais, e novos sujeitos políticos na área. 

Com o digital, as periferias de todo o país estão cada vez mais presentes na vida cultural brasileira, e isso não é diferente na área do livro. Não são mais apenas feiras de livro ou bienais tradicionais, que são fundamentais, claro, mas se vê a emergência de um circuito muito grande de saraus, slams, pequenas editoras, escritores e escritoras negras, indígenas, periféricas. Eles mostram um Brasil profundo, constantemente combatido e especialmente nos últimos anos desde o golpe, mas que sai aos poucos da invisibilização. Nos últimos seis anos por conta própria e a partir de agora com apoio do MinC. 

Esses novos sujeitos políticos e culturais são fundamentais, porque trazem novas histórias, novas narrativas, linguagens, visões de mundo e novas formas para a literatura brasileira. Estamos otimistas com este novo momento, porque achamos que será possível potencializar o que já existe e revolver o solo para buscar novas expressões. Do ponto de vista do acesso e dos direitos culturais, é o mesmo. Assim como da economia da cultura. Pela primeira vez, a política do livro no Brasil é uma política de leitura e escrita, a chamada Lei Castilho aprovada no Congresso Nacional e que vamos implementar. É um momento desafiador e bonito.

P – Antes e depois do momento atual tu tiveste experiências administrativas importantes aqui no sul, primeiro na prefeitura de Canoas e depois do governo estadual, como disseste. Em que anos foi isso? Tu consegues repassar, em linhas gerais, o teu processo de acumular experiências, do município até o plano federal e deste até aquele? Que diferenças centrais existem, na medida em que tu sempre trabalhaste com governos petistas, o que implica uma boa base comum?

JA – Eu comecei pelo governo federal, pelo MinC, em 2005, depois de uma passagem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a convite do Eliezer Pacheco. Logo fui convidado para trabalhar no MinC, como consultor e assessor da área do livro. Atuei como assessor do então secretário executivo Juca Ferreira e depois como coordenador-geral de Livro e Leitura. Foi a época da construção do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do qual fui articulador pela Cultura. Foi um aprendizado muito grande este de fazer uma engenharia muito mais complexa e capaz de articular todas as demais e dar mais efetividade e longevidade às políticas, programas, projetos e ações. 

Outra questão muito importante para mim naquele momento foi descobrir o Brasil, perceber a complexidade de nossos povos e territórios, porque no Sul eu tinha uma visão um pouco distante desse gigante do qual fazemos parte. Então, de repente, tu te vê imerso no Brasil tropical, nos sertões, nas imensas aglomerações urbanas, suburbanas, nas favelas e subúrbios como os de Salvador, Recife, Rio, São Paulo, Manaus etc. O Brasil profundo, pobre e rico ao mesmo tempo, feito com a contribuição milionária de todos os seus erros. E teve a virada antropológica na visão sobre cultura e arte no Brasil, de muito aprendizado para todos no MinC de Gilberto Gil. Ou seja, cultura não era mais coisa de artista, apenas, mas direito da população, expressão simbólica dos brasileiros e motor econômico. 

Nessa época, o Brasil era chamado para tudo, no mundo inteiro. Fomos convidados para ser país homenageado em alguns dos mais importantes eventos literários do planeta, Feira de Frankfurt, de Bologna, Salão do Livro de Paris, etc. Internacionalizamos nossa literatura, aproveitando este momento em que o Brasil era o queridinho e quase que uma grande novidade. 

Em 2008, criei a Diretoria do Livro, Leitura e Literatura (DLLL), no MinC, mas não assumi como diretor, pois fui convidado pelo prefeito Jairo Jorge para ser o primeiro secretário de Cultura de Canoas, como mencionei antes. Como resultado do trabalho veio o convite para ser secretário adjunto de cultura do Estado do Rio Grande do Sul, com o Assis Brasil. 

No governo federal, a gente mais formula do que executa na ponta, porque quem faz isso são os estados, municípios, entidades públicas e privadas… No nível municipal, a gente mais executa do que formula, porque tudo tem uma urgência e uma pressão muito diferentes. No Estado, há um certo equilíbrio entre formular e executar. E com o Assis Brasil foi outra experiência muito importante, de inteligência, sensibilidade, conhecimento da diversidade cultural do Rio Grande do Sul e de nossa especificidade de participar de bacias culturais do Prata, do Pampa, das Missões, litoral etc.

P – Uma pergunta sobre a tua trajetória: tu tens passagens como camelô, como militante de base, mas daí tu tiras energia para escrever ficção e fazer uma trajetória acadêmica importante, como um doutorado em Filosofia na Espanha. Por favor, conta em pinceladas grossas essa história, com datas de referência.

JA – Nasci em Santa Maria, em 1970. Durante o êxodo rural, em 1974, fomos para uma vila em Canoas, a Niterói, na beira do valão, um dique que hoje está coberto. Meu pai foi ajudante de metalurgia, depois virou caldeireiro. Cresci na Rio Branco e depois na Mathias Velho, até 1983, ano da debacle da indústria metalúrgica e do fim do desenvolvimentismo capitalista dos militares. Meu pai foi demitido numa das demissões em massa da época e por isso, tempos depois, viramos camelôs na praça da Bandeira, no centro. Fomos os primeiros camelôs de lá. Depois foram se assentando vários de nossos parentes e amigos, alguns vindos de Santa Maria, alguns que estão lá até hoje. 

Ali eu lia quase o tempo todo. Oito horas por dia, praticamente. Ia na Biblioteca Pública Municipal João Palma da Silva, ali perto, e retirava livros de tudo, sem critérios, mas principalmente sobre aventuras, viagens: Julio Verne, Stevenson, Poe, Melville, Defoe, mas também mistérios, ufologia, pirâmides, tudo o que pudesse me tirar da minha vida cotidiana. Na biblioteca, descobri Moacyr Scliar e li todos os 17 livros dele que havia lá na época. A partir dele, fui para os russos, os argentinos, Kafka.

Até que lá pelos meus 20 anos eu, que já escrevia crônicas no jornal O timoneiro e Radar, conheci o Paulo Bentancur. Meu grande e generoso amigo, ele foi direcionando minhas leituras de camelô para coisas como História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, que li toda naquele tempo, os Princípios de Crítica Literária, do I.A. Richards, o ABC da Literatura do Ezra Pound, Cartas a um Jovem Poeta, do Rilke, e muitos outros livros que falavam sobre escrever.

Meu pai me expulsou da banca de camelô em 1993, porque eu estava lendo e não percebi quando um cliente chegou e era minha vez de atender. “Tu vai comer livro? Vai viver de livro?”, ele perguntou, depois de me dar um tapa no rosto. Saí de casa e uma semana depois fui parar no jornal Radar, em busca de uma vaga que o Tonito, Antônio Canabarro Tróis, dono do jornal O Timoneiro, disse que talvez tivesse lá. Achava que era para ser office-boy, mas o Pedro Dreher, hoje diagramador do Correio do Povo, e dono do jornal, me falou: “O Tonito me disse que tu escreve bem. Vai fazer um teste pra repórter”.

Foram minha salvação, o tapa na cara e o emprego de repórter mesmo sem segundo grau completo, quanto mais faculdade de jornalismo. Dormi dois anos nas cadeiras da redação, quase um Bartleby. Pouco depois, fui para a Folha de Canoas e publiquei A Vaca Azul é Ninja (1994), pela Lei de Incentivo à Cultura de Canoas. É um livro de contos meio surrealistas apresentado pelo Bentancur. Mesmo sem formação, trabalhei anos meio clandestino em jornais da região, como o Exclusivo de Novo Hamburgo e como subeditor do Diário de Canoas.

Só em 1999, eu comecei a fazer Filosofia, no La Salle, de Canoas. Passei a morar em Porto Alegre pra trabalhar na Veraz Comunicação, o que foi uma grande sorte. De uma hora para a outra, chegou na agência a notícia de que Porto Alegre iria sediar o Fórum Social Mundial (FSM) e que, mais que isso, a própria Veraz estaria na base da organização do evento. 

Ficamos quase um ano estudando tudo sobre o que iria chegar naquele primeiro encontro de redes e movimentos e escrevi, com Zaira Machado, O Mundo das Alternativas – Pequeno Dicionário para uma globalização solidária (Veraz Editores, 2001). Foi o primeiro livro em copyleft do Brasil, homenageado no Fórum Internacional de Software Livre (Fisli) quando dos seus 15 anos de publicação. No segundo FSM, eu tinha criado a campanha Mosaico de Livros, a biblioteca do FSM, e fui coletar livros de alternativas em diversas edições do FSM. Como ativista, repórter e pelo MinC estive em todos os fóruns até 2015, em Porto Alegre, na Índia, na Venezuela, Quênia, Senegal, Tunísia. Foi por causa do Fórum e do Mosaico de Livros que fui convidado, em dezembro de 2004, pra ir trabalhar no Inep em Brasília.

Em relação à Filosofia, sempre estudei a obra de Ortega y Gasset, desde a graduação até o Diploma de Estudios Avanzados (DEA), em 2005, e o doutorado em 2008, em Filosofia, na Universidade de León (ULE), na Espanha. Em 2015, fiz um pós-doc na Universidade de Brasília (UnB), quando apresentei o artigo “O gênero moroso: ideias sobre o romance em Ortega y Gasset”, sobre a diminuição da velocidade do romance em seu processo de amadurecimento. Publiquei mais de 20 livros, começando por infantis e infanto-juvenis nos anos 90, boa parte por encomenda. A partir dos anos 2000 publiquei livros de contos, ensaios filosóficos sobre a obra de Ortega, uma novela e três romances, dois deles num tríptico com o êxodo rural como pano de fundo. São pela Editora Taverna. Saíram Berço de Judas e Tropeçália.

P – Agora tu lançaste um romance que se liga com uma banda de rock, a tua banda. Conta um pouco disso, por favor.

JA – Meu livro mais recente é o romance-disco Tropeçália (Editora Taverna). Um romance que conta a história fictícia de uma banda de Canoas que vive pelo Bom Fim nos anos 90. Em Brasília, inventei de criar, com meu filho Guilherme Assumção e uma turma muito bacana daqui, a banda do livro. Gravamos 12 músicas da Tropeçália, a maioria músicas que fiz quando ainda eu era camelô. Um QR code no início do livro leva para o disco. Já nos apresentamos em diversos locais de shows em Brasília.

P – Agora voltando ao teu novo cargo: que horizontes se abrem para o trabalho, agora? Que esperanças tu tens? Há algum projeto já desenhado que possa ser apresentado?

JA – Muitas esperanças. Na DLLLB, queremos usar tudo o que fizemos até hoje como se fossem projetos-piloto. Queremos dar escala a todos nossos programas, chegar de fato ao Brasil profundo. Um dos nortes deverá ser um grande Autor Presente nacional, levando escritores a todos os cantos do país para falar de sua obra e ajudar formar o gosto pela literatura e a leitura. Vai dar certo.

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