Entrevista

Os The Darma Lóvers 25 anos depois ou: a arte de não continuar sendo

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Os The Darma Lóvers 25 anos depois ou: a arte de não continuar sendo (Foto: Pedro Rocha)
Quando tudo começou, Irínia Taborda e Luís Nenung eram buscadores, na definição dele. Já tinham andado por mundos e histórias diferentes, como é comum entre os inquietos, até que se encontraram no Gonpa, o templo budista de Três Coroas, ali onde a serra gaúcha começa a subir para se transformar na opulência turística de Gramado. Já na configuração de casal, os dois começaram a espalhar as inspirações do budismo em forma de música e viraram Os The Darma Lóvers – que desde então ocupa um lugar no lado esquerdo do peito tanto de quem acompanhou a trajetória da banda, quanto dos que conheceram seu som ao longo do tempo. Entre idas, vindas, amores novos e antigos, parcerias, escolhas e a fé, sempre,  Os The Darma Lóvers chegam aos 25 anos com o projeto de um documentário e de dois shows nos dias 12 e 13 de outubro, no bar Ocidente, a casa oficial da banda. Uma comemoração colorida e cheia de paz como é o budismo. E a música de Irínia e Nenung. Entrevista por Theo Tajes e Claudia Tajes PARÊNTESE: Quem eram Irínia e Nenung antes de Os The Darma Lóvers? IRÍNIA: Sempre tive uma ligação visceral com a música por influência dos meus pais. Na nossa casa, no interior, ouvíamos música todos os dias na antiga vitrola, e lembro de escutar LPs desde que me conheço por gente. Muita música brasileira, latino-americana, clássica, regional, etc. Em 1986 comecei a trabalhar na HI FI, uma produtora de POA, e foi ali que aprendi tudo sobre produção de shows, Depois da HIFI fiz a produção do Nei Lisboa (1987 a 1989) e depois fiquei um ano com o TNT. Em 1990 comecei a produzir a Barata Oriental e foi quando conheci o Nenung. Depois fui produtora de eventos, trabalhei em veículos de comunicação e agências de propaganda e também fiz produção de propaganda, até encontrar o Budismo e passar a exercer atividades no templo de Três Coroas. Sempre fui backstage e não passava pela minha cabeça ser frontstage. Mas, olhando com a visão de agora, acho que sempre fui cantora, só ainda não sabia. Foi o Chagdud Rinpoche quem descobriu.   NENUNG: Olhando hoje, até chegar nos Darma Lóvers, eu era um garoto que já tinha passado um tempo dentro daquele universo mais underground do rock’n roll, mas com um tanto de ingenuidade. Eu sou do interior, de Novo Hamburo – toda a banda Barata Oriental era daquela região. Hoje eu vejo que era bastante romântico, com toda a minha postura de ativista e a minha expectativa com relação ao mundo, e do romantismo veio bastante frustração, inclusive com relação ao universo do rock’n roll, o que me fez abandonar a Barata Oriental. E eu buscava e buscava. Passei pela magia, aprendi a jogar tarô, passei pela macrobiótica, segui um sensitivo durante uma época… Tinha umas pessoas carismáticas, que apontavam uns caminhos diferentes, e isso às vezes me interessava, mas eu sempre saltava fora quando percebia o orgulho nesses ditos líderes […]

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