Capítulo 5: Corredor da vida
Na data agendada, lá estava eu pronta para transpor, mais uma vez, os limites da rua para o complexo da Santa Casa. Meu pai parou o carro e desci depressa com minha mãe em meio as sirenes e buzinas do movimentado trânsito da avenida Independência. Andamos alguns metros sob a torreira do sol, agradecidas ao chegar à portaria e acalmar o calorão com um leve choque térmico, efeito do ar condicionado.
As portas do elevador se afastaram e pegamos uma carona para o andar dos consultórios. Na recepção, confirmei minha presença e, depois de uma breve espera, fui chamada para o atendimento.
– Oi, guria! – o neurocirurgião disse ao fechar a porta. – E aí? Me conta o que aconteceu – pediu, logo após se sentar de frente para mim.
[Continua...]