Conteúdo de Parceiro | Forma e Função

Dia do Arquiteto e Urbanista: Arquitetura e melhoria na qualidade de vida, um olhar além dos prédios

Change Size Text
Dia do Arquiteto e Urbanista: Arquitetura e melhoria na qualidade de vida, um olhar além dos prédios Foto: Giulian Serafim/PMPA


Profissionais são capazes de propiciar saúde, segurança e até acessibilidade financeira em qualquer projeto

Pequenas reformas, planejamento urbano ou grandes construções. Profissionais de Arquitetura e Urbanismo têm como atribuição resolver problemas relativos a um determinado espaço, seja um lavabo ou todo o tecido urbano de uma cidade. Independente da escala, a prioridade é a mesma: proporcionar melhoria na qualidade de vida de cidadãos e cidadãs.

Os benefícios dos projetos urbanísticos são, muitas vezes, visíveis. Um dos exemplos é a Orla do Guaíba de Porto Alegre, revitalizada em parceria público-privada. Logo após a inauguração do trecho 1, em 29 de junho de 2018, a prefeitura quantificou o sucesso da empreitada em uma média de 50 mil visitantes por dia no final de semana. “Assim como temos muitas outras praças que foram qualificadas nos últimos anos, percebemos que, quando há uma intervenção para melhorar o espaço público, as pessoas cuidam, valorizam. Esse é nosso papel, de colocar luz na qualidade desses espaços”, defende Tiago Holzmann da Silva, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS).

Edifício Palácio de Versalhes – Arquiteto David Léo Bondar – Foto: Reprodução

5 qualidades intrínsecas ao trabalho do arquiteto

Essa é apenas uma parte do impacto. Em alusão ao Dia do Arquiteto e Urbanista, celebrado em 15 de dezembro, aniversário de Oscar Niemeyer, Holzmann elenca cinco qualidades intrínsecas ao trabalho destes profissionais:

Edifício Península – Cantergiani e Kunze Arquitetos. Foto: Marcelo Donadussi

  • SAÚDE – O levantamento torna-se ainda mais preocupante quando, na sequência, Holzmann elenca a característica saúde: uma casa sem iluminação, sombreamento e ventilação corretos pode causar uma série de enfermidades aos moradores, além de facilitar a transmissão de doenças virais como a covid-19.
  • ECONOMIA – A economia é o terceiro destaque do presidente do CAU/RS, e um dos motivos pelos quais ele assinala arquitetas e arquitetos como pioneiros na discussão de sustentabilidade. Não significa, necessariamente, usar os materiais mais baratos à mão, e sim fazer o melhor possível com o recurso disponível. “A gente sabe que o planeta tem recursos limitados, então temos que desenvolver nossos projetos pensando nesse ciclo da água, dos resíduos, no correto uso de materiais de construção, evitar desperdícios e exageros”, diz o presidente.
  • EMPATIA – Uma das características mais marcantes da profissão, no entanto, nem sempre é percebida diante das obras grandiosas que estampam revistas e jornais mundo afora: a empatia. Considerada a “maior qualidade” do arquiteto e da arquiteta pelo presidente da CAU/RS, ele conta que esses profissionais são treinados desde o início de sua formação para criar de acordo com as necessidades de cada cliente. A máxima se aplica desde empreendimentos milionários até construções mais simples, onde ela se torna ainda mais necessária.
  • DIREITO À MORADIA – Soma-se a isso o direito à moradia. “Ter um lar digno não é uma conquista de cada família. É direito previsto no artigo 6º da Constituição, o mesmo que garante educação e saúde a todos os brasileiros”, lembra Holzmann. É justamente devido a essa situação que foi promulgada, em 2008, a lei 11.888, que implementa as Assistências Técnicas em Habitação de Interesse Social (ATHIS) em todo o país. Nesse sentido, o CAU/RS realiza convênios e contratos com municípios, Estados, Defensoria Pública e Ministério Público para garantir a efetiva execução da norma. Em maio, chegou a abrir edital para destinar R$ 125 mil a pesquisas acadêmicas relativas ao assunto.

Ainda assim, existem 5,1 milhões de domicílios em situação precária no Brasil, segundo resultados preliminares de uma pesquisa de 2020 do IBGE. Já o Ranking do Saneamento, publicado pelo Instituto Trata Brasil em 2022, mostra que quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Mesmo com tantas pessoas sem acesso ao básico, gestores promovem iniciativas como “cidades inteligentes”, o que só é possível em sua total dimensão com desenvolvimento urbano sustentável, de acordo com Holzmann. 

“O abastecimento de água e coleta de esgoto existe há mais de 2 mil anos, quem criou essa possibilidade pela primeira vez foram os romanos. Como eu posso imaginar uma cidade inteligente na qual uma tecnologia que tem mais de 2 mil anos ainda não chegou para uma parte da população?”, questiona o presidente do CAU/RS. Por isso, considera uma “cidade inteligente” aquela capaz de oferecer serviços universalmente para os moradores – e não apenas um município com paradas equipadas de visores que mostram quando o próximo ônibus vai passar.

Casa JM – Troyano Arquitetura – Fotografia: Marcelo Donadussi

Com todas essas qualidades em mãos, o arquiteto ou a arquiteta ainda é capaz de uma última coisa: trazer beleza a qualquer projeto. Não à toa, a recente pesquisa do Datafolha encomendada pelo CAU/BR também revela que 84% das pessoas que contrataram arquitetos(as) e urbanistas ficaram satisfeitas ou muito satisfeitas com o resultado. Afinal, um ambiente capaz de atender às necessidades básicas dos cidadãos e esteticamente qualificado também torna a relação com a própria casa e cidade mais agradável.

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.