Mistérios parciais de Porto Alegre | Parêntese

Julia Simões: Petit Casino: suíte final – Parte III

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Julia Simões: Petit Casino: suíte final – Parte III A rua da Praia e o Largo dos Medeiros. O Petit Casino é o terceiro prédio da esquerda para a direita, na altura do carro estacionado. Revista Máscara, ano I, nº XXXIX, 09/11/1918.
Acesse aqui os capítulos anteriores: Parte I e Parte II Nas duas últimas semanas, compartilhamos aqui um pouco da história do Petit Casino, “elegante teatrinho” que existiu, cheio de vida, na Rua da Praia dos anos 1910. No primeiro episódio, acompanhamos com certo fascínio sua distinta inauguração, em agosto de 1916, e suas sessões com direito a “buquês de violetas e amor-perfeito para as senhoras e carteiras de cigarro Tamandaré aos senhores”. Na semana passada, adentramos mistérios de sua extravagante arquitetura, cuja excêntrica fachada causou ao mesmo tempo encantamento e desconforto na sociedade porto-alegrense da época. Fazemos hoje um passeio final pelas memórias do pequeno teatro, que em outubro de 1916 voltou a agitar as notícias com a inauguração festiva de um segundo andar repleto de atrações. Five o’clock tea no corcovado de Porto Alegre Ide ao terrasse do Petit Casino e gozareis de um panoramasublime. O corcovado de Porto Alegre. Poucos meses depois de sua inauguração, é assim que o Petit Casino convida os clientes a conhecerem suas novas atividades: salão de chá, bar e restaurante, além de um sofisticado terraço. O anúncio diz ainda: “Na sala de saída há elevador gratuito à disposição do público.” Os serviços, que incluem orquestra permanente e são oferecidos das 9h da manhã às 2h da madrugada, trazem ainda mais atrativos ao “centro de diversões de primeira ordem”.  O terraço e o elevador – cujo qualificativo “gratuito” desperta um sorriso – também aparecem na crônica de Nilo Ruschel: “Na terrasse do alto chegou a funcionar uma casa de chá, onde se ia ter por um elevador lerdíssimo”. Quanto a chamar o Petit Casino de “corcovado de Porto Alegre”, parece uma demasia provinciana – cujo termo de comparação é o Rio de Janeiro. Mas a vista provavelmente não estava prejudicada pela construção dos prédios dos Correios e Telégrafos e da Delegacia Fiscal, inaugurados em 1914, pois ainda se poderia ver o rio bastante bem por entre eles e as ainda poucas árvores da praça. Seu concorrente na mesma quadra, para o lado esquerdo (oeste), talvez tenha sido o prédio da Previdência do Sul, do Cine-Teatro Guarany (atual Banco Safra), inaugurado em 1913, pois o prédio do Grande Hotel na esquina com a Caldas Júnior só seria construído em 1918. Ao lado direito, o prédio do Palacete Chaves, na esquina com a General Câmara e o da Livraria Americana na esquina oposta eram mais altos, mas perdiam a posição mais central em relação à praça. Do outro lado da rua, o Café Colombo e a Confeitaria Central talvez tapassem seus panoramas. Fica a imagem, portanto, do terraço do Petit Casino como local de onde se poderia ter, além de um serviço diferenciado, uma bela vista. As praças da Alfândega (à esquerda) e Rio Branco (à direita), em frente ao antigo prédio da Alfândega (ao fundo à direita). Revista Máscara, ano I, nº XXXII, 14/09/1918. Praça da Alfândega. Note-se a pouca quantidade e altura das árvores. Revista Máscara, ano I, nº XXXII, 14/09/1918. No mesmo dia […]

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