Crônica | De cara com o corona | Parêntese

Letícia Batista: O que tá acontecendo?!

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Letícia Batista: O que tá acontecendo?! – De onde a gente tirou essse espírito kamikaze?!– Lembra da viagem pro Egito?– Ah, é. Temos precedentes… Depois de pensar em vários títulos possíveis para este artigo, tais como: De como eu fui a Copenhaguen e não vi A Pequena SereiaUm dia lindo, ensolarado e estranho em CopenhaguenMinha viagem sem noção à DinamarcaO dia em que pensei que estava tudo bem – mas não estava eu me dei conta de que nada expressaria meus pensamentos naqueles três dias melhor do que O que tá acontecendo?! Tudo começou há uns 6 meses, quando recebi um e-mail oferecendo passagens para Copenhaguen por um preço muito bom. Nós compramos imediatamente e fizemos a reserva para o hotel, bem no centro da cidade. Meu marido e eu AMAMOS viajar e a Dinamarca era um dos lugares que sempre estivemos interessados em visitar. Seria só um fim de semana prolongado, mas o suficiente para saciar nossa sede de bater perna pelo mundo por um tempo. Estávamos em êxtase, planejando passeios, procurando lugares apetitosos para comer, quando… Corona. A primeira pessoa a (tentar) me alertar foi uma grande amiga brasileira cujos irmãos moram em Hong Kong. Ela perguntou se seria possível enviar algumas máscaras daqui da Holanda para eles, caso precisassem, pois já estava faltando por lá. Enviar qualquer coisa do Brasil levaria uma eternidade, daí o pedido. No final, não foi necessário, mas ela foi enfática: “Vocês precisam se precaver. Daqui a pouco vai chegar aí”. Meu marido ja havia comprado algumas máscaras, então achei que seria suficiente. Era algo muito, muito distante. E em questão de semanas… Itália. Espanha. O mundo todo. Ao mesmo tempo, estávamos recebendo e observando cada vez mais lixo relacionado ao tópico: pessoas usando cocaína ou bebendo álcool etílico para matar o vírus… Outras, sugerindo receitas caseiras, como gargarejo com vinagre. Ah, souberam da igreja (brasileira) que estava vendendo a cura abençoada? Tipo assim, sério mesmo?! Além disso, sabemos como a mídia tem o poder de transformar algo importante e que merece atenção em um caos completo e inimaginável. A quantidade de conteúdo sobre o Coronavírus era algo esmagador e desumano. E, convenhamos, em geral, notícia ruim vende muito mais jornal do que notícia boa, não é? Portanto, era claro para nós que a imprensa estava nos bombardeando com esse problema porque era conveniente. O que estou tentando dizer aqui é que pensamos que não era tão sério como eles estavam pintando. Isso ficava claro no contraste com o que estávamos vivendo no cotidiano: aqui na Holanda, estava tudo “tranquilo e favorável”. Tudo aberto e funcionando normalmente. Algumas pessoas se impressionando com a falta de papel higiênico na Inglaterra e, com isso, comprando um pouco mais. A empresa para a qual meu marido trabalha, por exemplo, criou um sistema de rodízio das equipes, para que os funcionários não tivessem muito contato uns com os outros, e foi, aos poucos, diminuindo o limite de pessoas presentes nas reuniões. De resto, a vida seguia praticamente normal, ainda que sob a sombra […]

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– De onde a gente tirou essse espírito kamikaze?!– Lembra da viagem pro Egito?– Ah, é. Temos precedentes… Depois de pensar em vários títulos possíveis para este artigo, tais como: De como eu fui a Copenhaguen e não vi A Pequena SereiaUm dia lindo, ensolarado e estranho em CopenhaguenMinha viagem sem noção à DinamarcaO dia em que pensei que estava tudo bem – mas não estava eu me dei conta de que nada expressaria meus pensamentos naqueles três dias melhor do que O que tá acontecendo?! Tudo começou há uns 6 meses, quando recebi um e-mail oferecendo passagens para Copenhaguen por um preço muito bom. Nós compramos imediatamente e fizemos a reserva para o hotel, bem no centro da cidade. Meu marido e eu AMAMOS viajar e a Dinamarca era um dos lugares que sempre estivemos interessados em visitar. Seria só um fim de semana prolongado, mas o suficiente para saciar nossa sede de bater perna pelo mundo por um tempo. Estávamos em êxtase, planejando passeios, procurando lugares apetitosos para comer, quando… Corona. A primeira pessoa a (tentar) me alertar foi uma grande amiga brasileira cujos irmãos moram em Hong Kong. Ela perguntou se seria possível enviar algumas máscaras daqui da Holanda para eles, caso precisassem, pois já estava faltando por lá. Enviar qualquer coisa do Brasil levaria uma eternidade, daí o pedido. No final, não foi necessário, mas ela foi enfática: “Vocês precisam se precaver. Daqui a pouco vai chegar aí”. Meu marido ja havia comprado algumas máscaras, então achei que seria suficiente. Era algo muito, muito distante. E em questão de semanas… Itália. Espanha. O mundo todo. Ao mesmo tempo, estávamos recebendo e observando cada vez mais lixo relacionado ao tópico: pessoas usando cocaína ou bebendo álcool etílico para matar o vírus… Outras, sugerindo receitas caseiras, como gargarejo com vinagre. Ah, souberam da igreja (brasileira) que estava vendendo a cura abençoada? Tipo assim, sério mesmo?! Além disso, sabemos como a mídia tem o poder de transformar algo importante e que merece atenção em um caos completo e inimaginável. A quantidade de conteúdo sobre o Coronavírus era algo esmagador e desumano. E, convenhamos, em geral, notícia ruim vende muito mais jornal do que notícia boa, não é? Portanto, era claro para nós que a imprensa estava nos bombardeando com esse problema porque era conveniente. O que estou tentando dizer aqui é que pensamos que não era tão sério como eles estavam pintando. Isso ficava claro no contraste com o que estávamos vivendo no cotidiano: aqui na Holanda, estava tudo “tranquilo e favorável”. Tudo aberto e funcionando normalmente. Algumas pessoas se impressionando com a falta de papel higiênico na Inglaterra e, com isso, comprando um pouco mais. A empresa para a qual meu marido trabalha, por exemplo, criou um sistema de rodízio das equipes, para que os funcionários não tivessem muito contato uns com os outros, e foi, aos poucos, diminuindo o limite de pessoas presentes nas reuniões. De resto, a vida seguia praticamente normal, ainda que sob a sombra […]

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