Parêntese | Reportagem

Maior projeto de recuperação de praças de Porto Alegre encolheu pela metade

Change Size Text
Maior projeto de recuperação de praças de Porto Alegre encolheu pela metade
Marchezan anunciou com pompa o maior contrato de recuperação de praças e parques de Porto Alegre. Em um ano, prometeu entregar 600 delas novas ao custo de quase R$ 25 milhões. Seis meses depois, só cinco praças foram entregues à comunidade. A prefeitura de Porto Alegre prometeu revitalizar 600 praças e parques com um contrato de R$ 24,8 milhões. Mas logo depois percebeu que só iria conseguir entregar metade disso. Mesmo assim, a administração municipal continuava sustentando publicamente o discurso das 600 praças. Além da falta de planejamento inicial, as obras estão sendo entregues em ritmo lento: menos de uma praça por mês. Prefeitura planeja abrir três novos editais para o mesmo serviço. Por Fernanda Wenzel Em 10 de dezembro do ano passado, o prefeito Nelson Marchezan foi até o Morro da Cruz, zona leste de Porto Alegre, para inaugurar a praça da comunidade. Naquele dia, a prefeitura reiterou a promessa de que aquela era a primeira das mais de 600 praças e parques que seriam revitalizadas dentro do contrato de R$ 24,8 milhões. Mas, enquanto discursava para os moradores, o prefeito já sabia que a promessa era falsa.  O contrato com a empresa Ecsam Engenharia Ambiental foi assinado em setembro do ano passado. Quarenta e sete dias depois, em outubro, o próprio Marchezan informou que seria possível reformar apenas metade das 600 praças previstas inicialmente. “Era para arrumar mais de 600 praças com 24 milhões. Mas só vai dar para [fazer] metade, porque as estruturas estavam muito piores do que imaginávamos”, disse o prefeito durante uma roda de conversa com cerca de 50 pessoas do coletivo Porto Alegre Inquieta. Mas como um contrato encolhe pela metade 47 dias após sua assinatura? Segundo Ramiro Rosário, secretário de Serviços Urbanos, o orçamento de R$ 24,8 milhões foi projetado com base no que a prefeitura costumava gastar para fazer a manutenção desses espaços públicos. Mas quando os técnicos chegaram aos locais, diz Rosário, viram que muitas praças precisavam ser praticamente reconstruídas. “Nós estamos fazendo praças novas.”  Questionado se não foi feito um estudo prévio para avaliar a real situação de cada praça, o secretário argumenta que isso levaria muito tempo. “Porque esta é a realidade do serviço público. A lentidão dos processos e a falta de pessoas para que a gente possa fazer projetos de 600 praças, orçando cada uma delas, cada item, desde a pedra que está na calçada até o arame que está na tela da quadra”, justifica.  “É difícil? Sim. Mas este é o trabalho do gestor público”, contrapõe Carlos Rogério Martins, técnico em edificações com atuação na preparação de orçamentos para licitações. Martins, que também é voluntário do Observatório Social do Brasil em Porto Alegre, acredita que faltou planejamento por parte da prefeitura, a começar pela forma de contratação: o pregão eletrônico por tomada de preços. Esse tipo de licitação foi criado para facilitar a vida das prefeituras nas compras de bens simples e de uso constante, como pneus ou lâmpadas, por exemplo – no início do ano, […]

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.