1827 – A igreja do Rosário: história
Em 1827, a Irmandade da N. Sra. do Rosário, ao entronizar a imagem da Virgem no altar de sua nova igreja, complementava o seu desligamento da Igreja Matriz. Cinco anos depois, em 1832, a nova paróquia era oficialmente reconhecida para se tornar, ao longo do séc. XIX, a mais populosa, estimada e aberta das paróquias da cidade (até descendentes de alemães, como os Weingartner, dela faziam parte). E assim atravessou os tempos até que, em 1951, um decreto do presidente Getúlio Vargas autorizou a sua demolição. Por que precisou da autorização presidencial? Porque a igreja havia sido tombada pelo IPHAE. E assim ela se foi, junto com seus santos e altares de talha barroca.
A igreja do Rosário: representações
Apesar de apertada pelos prédios e da estreiteza da rua (atual Vigário José Inácio), os artistas sempre acharam um jeito de representar a vetusta igreja. Giuseppe Gaudenzi, (Cesenatico, Itália, 1875 – Ilha do Governador, RJ, 1966), para coleção de familiares, e João Faria Viana (Porto Alegre, RS, 1905 – 1975), para o livro Memórias Sentimentais da Cidade, de Athos Damasceno, escolheram o ângulo de quem nela chegava vindo da rua da Praia (Figs. 1 e 2). O criativo Benito Castañeda (Cadiz, Espanha, 1885 – Porto Alegre, RS, 1955) flagrou-a a partir de uma janela da calçada oposta (Fig. 3). Guido Mondin (Porto Alegre, RS, 1912 – Brasília, DF, 2000) e Angelo Guido (Cremona, Itália, 1893 – Pelotas, RS, 1969) preferiram apresentá-la a partir dos fundos, possivelmente fixados no pátio de um atelier fotográfico que existia na rua da Praia (Figs 4 e 5). Os pincéis e penas fixando aquilo que a insensível picareta modernizadora não deixou de pé.
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