1869: O Mercado Público – História
PORTO ALEGRE 250 ANOS: HISTÓRIA, FOTOGRAFIA E REPRESENTAÇÕES
Por volta do ano 1860, a população e o comércio de Porto Alegre alcançavam um acelerado desenvolvimento. Em boa parte decorrente do fluxo imigratório alemão, tanto para o interior como para a própria capital. Em consequência disso, muito de seus equipamentos urbanos já se revelavam acanhados e defasados. Como ocorria com o comércio de gêneros, espalhado por vários pontos da cidade. Foi quando se decidiu trocar o antigo mercado central, que desde 1844 existia no local onde hoje é a Praça XV de Novembro, por um mais amplo e confortável (confortável até por aí, porque nem de banheiros públicos dispunha), confrontado pelo então denominado Largo do Paraíso, segundo alguns pelos serviços oferecidos por um bordel ali localizado. A pedra fundamental foi lançada em 1864. Sua inauguração ocorreu em 1869; sua abertura ao público, em 1870.
Na opinião de alguns, sua planta foi inspirada no Mercado da Praça da Figueira, de Lisboa. O prédio foi erguido sobre aterros do Guaíba, nos quais foram deixadas duas porções ainda ocupadas pelas águas para servirem de docas. Uma no lado norte, onde hoje está o terminal de ônibus da Praça Parobé, alcunhada de Docas das Frutas. Outra no lado sul, onde hoje é o prédio da Prefeitura Municipal, apelidada de Doca do Carvão.
Segundo Hélio Ricardo Alves, “por várias vezes o Mercado esteve a perigo de ser demolido ou aproveitado com as mais bizarras ideias [sic], como a de construir uma torre de vidro para refletir os prédios circundantes ou de fazer estacionamento de um grande edifício na Praça Parobé… Felizmente imperou o bom senso e foi realizada uma reforma, sem que o mesmo se descaracterizasse externamente”. (In: ALVES, Hélio Ricardo. Porto Alegre foi assim. Porto Alegre: Sagra, 2001. p.70.)
[Continua...]