1881-1885: O Chalé da Praça XV
PORTO ALEGRE 250 ANOS: HISTÓRIA, FOTOGRAFIA E REPRESENTAÇÕES
1881-85: O Chalé da Praça XV: História
De quando data o primeiro chalé da Praça XV (na época, Conde d’Eu)? Pergunta ainda sem resposta final. Por ora ficamos com Sérgio da Costa Franco, o grande pesquisador das atas da Câmara Municipal. Em seu Porto Alegre ano a ano (Porto Alegre, Letra & Vida, 2012, p.105) é dito que, em 15/5/1881, a Câmara “aprovou a planta do que foi o primeiro chalé (…) e contratou sua execução com Frederico Jaeger”. Mas, entre a aprovação da planta e o término da obra, quantos meses, ou anos, transcorreram?
Em outra ocasião, Sergio da Costa Franco afirmou que “pela Lei 1.433, de 8 de janeiro de 1884” a Prefeitura “chamava licitantes para ocupar a Praça Conde D’Eu com quiosques para bebidas e sorvetes” (In: ALVES, Helio Ricardo. Porto Alegre foi assim. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001, p. 54). Outra dúvida: o que entender por “ocupar a Praça com quiosques para bebidas e sorvetes”? Seria uma espécie de sublocação de partes do pavilhão aprovado em 1881, e agora já concluído? Por fim, o site oficial da Prefeitura dando conta que, “em 1885 [sem mês e dia] foi dada a primeira licença para ocupação do chalé” e que o mesmo “foi inaugurado em 22 de novembro de 1885”.
Enquanto não se definem melhor as datas, importa dar atenção ao processo. Na década de 1880, talvez seguindo o modelo haussmaniano de Paris, as praças de Porto Alegre se modernizavam. Primeiro a Praça da Matriz (Parêntese de 05/02/2022). Depois a Praça Conde d’Eu, cercada e arborizada em 1880, e iluminada em 1882. Convém igualmente lembrar que a fabricação da cerveja em escala industrial estava em expansão. Em 1878, formava-se a Cervejaria Becker. Em 1881 a Cervejaria Bopp. Em 1883 a Cervejaria Campani. Outro aspecto, ainda não estudado (atenção, jovens pesquisadores), é o sistema de refrigeração utilizado nas bebidas e sorvetes deste primitivo chalé.
Vale lembrar, finalmente, que aqui se está falando do primeiro chalé. O que hoje existe foi construído, no mesmo lugar do anterior, entre 1909-1911. E reformado em 1972. Todos eles incorporados no imaginário da cidade como um lugar de memória afetiva.
[Continua...]