Memória

1915-17: A arborização do Bom fim e da Redenção

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1915-17: A arborização do Bom fim e da Redenção
PORTO ALEGRE 250 ANOS: HISTÓRIA, FOTOGRAFIA E REPRESENTAÇÕES 1915-17: A arborização do Bom fim e da Redenção – História Em seu relatório de 1915, José Montaury inicia lembrando que “o município dilata-se por  250.000 hectares, com uma população de 159.825 habitantes” (A Federação, 17/12/1915, p. 1). Rebatendo o Correio do Povo, que reclamava “da falta de árvores de ramagens fartas, que dêem sombra nos dias de calor senegalesco”, alegava-se que “com a largura de nossas ruas atuais, essa coisa tão desejável é impossível” (Ibidem). Consideradas as ruas centrais estreitas para “árvores de ramagens fartas”, a arborização se voltou para espaços mais abertos da cidade. Como o Campo da Redenção. Em 1915 iniciou-se o seu “embelezamento … com 824 mudas de mais de dois anos, entre jacarandás, typas [sic], plátanos e cinamomos” (Ibidem). Já em 1916 relatava-se a “plantação de 1.489 árvores” fazendo do antigo Campo da Redenção um parque “talha-do para ser o lugar público mais aprazível da capital” (A Federação, 28/11/1916, p. 16).  Próxima da Redenção e relativamente larga, a rua do Bom Fim (atual Osvaldo Aranha), começou a ser arborizada em 1917. Primeiramente com palmeiras.  Na época chamadas de “imperiais”. Posteriormente com “árvores de ramagens fartas”.  O bairro, que já contava com a Capela do Senhor do Bom Fim, inaugurada em 1883, e o serviço de bondes, de 1896, mais os calçamentos de 1918-19, começou a atrair cada vez mais moradores. Especialmente famílias de origem judaica, que com seu comércio de pequena escala (o Brique de hoje, uma continuação deste tipo de comércio?) e hábitos peculiares, foi criando ali um substrato cultural de autonomia e vida própria que, acrescido posteriormente de outras etnias e outros equipamentos urbanos (a proximidade com a Universidade), foi consolidando no bairro uma cultura alternativa e descolada que, mal ou bem, subsiste até os dias de hoje.    O Bom Fim e seus referenciais – Representaç˜oes Como testemunhas da força imagética que os equipamentos urbanos do Bom Fim e da Redenção exercem no imaginário da cidade estão os nossos artistas. Edgar Koetz (Porto Alegre, 1914 – Idem, 1969) e Leandro Selister representaram seus bares, redutos de uma de suas mais típicas sociabilidades. Koetz como uma espécie de refúgio da boemia dos anos 1950 (Fig. 1). Selister, nas suas próprias palavras, “pelos 41 anos de resistência” do Bar Ocidente (Fig. 2). Edgar Vasquez (Porto Alegre, 1949 – Em atividade), um morador do centro que dividiu sua infância e adolescência com o Bom Fim, fixou-se na rua José Bonifácio (onde atualmente acontece o Brique). Com seu posto de gasolina, e as igrejas do Espírito Santo e Santa Terezinha (Fig. 3). Helga Volkner (P. Alegre, 1938 – Ignorado) escolheu os passeios arborizados da Redenção. Para os moradores do bairro, uma quase extensão de seus próprios lares (Fig.4). Enquanto Velcy Soutier (Uberlândia/PR, 1951 – Em atividade) preferiu o colorido exuberante das “árvores de ramagens fartas” da Osvaldo Aranha (Fig. 5). Em certos casos até um pouco exageradas quando concorrentes dos semáforos, placas de sinalização e monumentos.   Fig. 1 – […]

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