Memória

1925-27: Os jardins “franceses” espalhados pela cidade

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1925-27: Os jardins “franceses” espalhados pela cidade

1925-27: Os jardins “franceses” espalhados pela cidade – História

Uma das marcas da administração porto-alegrense de Otávio Rocha (1924-28) foram aquelas obras que os boletins e balancetes da municipalidade incluíam na rubrica “embelezamento de praças e jardins”. O modelo dominante eram jardins com canteiros geometrizados e simétricos, incrustados de pequenos arbustos permanentemente podados, de preferência assumindo formas igualmente geométricas. Na época dizia-se que eram como os “modernos jardins franceses”, embora se saiba que faziam parte de uma longeva tradição, vinda dos palacetes rurais renascentistas de Andrea Palladio, na Itália, dos jardins do despotismo esclarecido do séc. XVIII, entre eles André Le Nôtre, em Versalhes, e que Haussmann retomou nas reformas parisienses do séc. XIX. 

Nos lugares destinados a este novo paisagismo já se verificavam outras obras de melhoramentos urbanos. Neste caso estiveram a praça localizada na frente dos prédios da Delegacia Fiscal e dos Correios e Telégrafos (Fig. 1), um espaço que havia sido aterrado para a construção dos dois prédios. Assim como os melhoramentos do antigo Parque da Redenção e da antiga av. da Redenção, atual av. João Pessoa (Fig. 2).

O outro caso esteve nos espaços de sociabilidade “elegante”, como o complexo paisagístico-desportivo dos atuais jardins da Hidráulica Moinhos de Vento, prontificado junto com o prédio da administração do Dmae, inaugurado em 1928. Do outro lado da rua, ficava a “praça de recreio Dr. Montaury,” uma praça de esportes que ficava entre “as ruas Mostardeiro e Moinhos de Vento” (A Federação, 15.10.1927, p. 25). Os jardins da Hidráulica, embora desfalcados, estão bem conservados.


1925-27: Os jardins “franceses” espalhados pela cidade – Representações

Da forma original da maioria destes jardins só podemos ter uma idéia pelas fotos. Estão neste caso os canteiros originais do Largo da Delegacia Fiscal, atual MARGS (Fig. 1), ou do passeio do Parque da Redenção (Fig. 2), paralelo à Avenida da Redenção, atual av. João Pessoa, antes que nele fossem colocadas a cobertura vegetal e a série de monumentos atuais.

Das representações pictóricas da Hidráulica dos Moinhos de Vento merecem destaque a aquarela (Fig. 4) de Martha de Wagner Schidrowitz (Sabile, Áustria, 1892 – Viena, Austria, 1974), incluída nas ilustrações do emblemático álbum Porto Alegre, biografia duma cidade (Porto Alegre: Pref. Municipal de Porto Alegre, 1940). Assim como as aquarelas de Alberto Scherer (Porto Alegre, 1938 – Em atividade), este laborioso, perseverante e popularmente muito bem recebido colorista de nosso patrimônio arquitetônico, monumental e paisagístico.


O Largo da Delegacia Fiscal, 1928. In: Máscara, ano. XI, n. 1 e 2, jan/fev,1918, p.62. Tirada de: BN Digital, Rio de Janeiro, RJ. 

Alameda do Parque da Redenção, no lado da antiga Avenida da Redenção, atual Av. João Pessoa, 1928. In: Máscara, ano. XI, n. 1 e 2, jan/fev,1918, p.61. Tirada de: BN Digital, Rio de Janeiro, RJ.

A Hidráulica. Martha de Wagner Schidrowitz, 1940. Aquarela sobre papel. Tirado de: Porto Alegre, biografia duma cidade. Porto Alegre: Pref. Municipal de Porto Alegre, 1940.

Jardins da Hidráulica do Moinhos de Vento. Alberto Scherer, 2014. Aquarela sobre papel. Coleção do artista, Porto Alegre, RS.

Hidráulica do Moinhos de Vento. Alberto Scherer, 2014. Aquarela sobre papel. Coleção do artista, Porto Alegre, RS.


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