1926: A revista Madrugada
1926: A revista Madrugada – História
Entre setembro e dezembro de 1926, circularam por Porto Alegre (outras cidades também?) os cinco únicos números da revista Madrugada. Uma aventura editorial de um grupo de jovens com média de 25 anos, o que pode ser uma explicação para sua curta duração. Afinal, talento artístico-literário e voluntarismo juvenil nem sempre bastam para garantir os balancetes. Seus principais dirigentes: um cronista social (A.M. de Azevedo Cavalcanti), dois literatos (Theodemiro Costes e Augusto Meyer), um agitador cultural (João Sant’Anna) e dois ilustradores (Sotero Cosme e João Fahrion)
A Madrugada foi precedida pela Kodak (ver Parêntese, 20.08.2022) e Máscara (Idem, 08.10.2022) e sucedida pela Revista do Globo (1929). Revistas de variedades de média duração. A Madrugada, todavia, foi predominantemente literária, com “contrabandos” de crônica social, esportes, reportagens fotográficas, etc. Na sua dimensão literária, teve a ver com a modernidade global, Semana de 22 e Revista Klaxon. Mas não como resultado do efeito dominó de um difusionismo unifocal. Ou seja, esteve inserida na crise de paradigmas pós I Guerra Mundial e Revolução Russa, só que num contexto e numa interpretação diferentes da Europa, São Paulo, e de outras regiões do país. Portanto, nada de modernismo “tardio”, “periférico”, ou coisas deste tipo. Modernismo rio-grandense, está mais do que bom. O qual já vinha se apresentando no RS e que com a Madrugada teve continuidade, com “ares de modernismo não exagerado … sem comprometer os segredos e as delicadezas da língua”, como avaliou o Diário de Noticias (Madrugada, Ano I, nº 2, 2.10.1926, p.22).
A REVISTA MADRUGADA – REPRESENTAÇÕES
Na sua parte ilustrativa, estudiosos como Paula Ramos (A modernidade em revista. In: RAMOS, Paula (Org). A Madrugada da Modernidade. Porto Alegre: UniRitter, 2006. p. 22-25) tem relacionado a Madrugada com outras revistas de variedades. Como Fon-Fon, Parafuso e Para Todos, do RJ, Kodak e Máscara, do RS.
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