Memória

1929: Desde o começo da Revista do Globo, a associação entre literatura e ilustração

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1929: Desde o começo da Revista do Globo, a associação entre literatura e ilustração
PORTO ALEGRE 250 ANOS 1929: Desde o começo da Revista do Globo, a associação entre literatura e ilustração – História. Desde seu surgimento, a Revista do Globo apresentou a tendência de associação entre literatura e ilustração, que iria acompanhar seus passos por quase 40 anos. Em especial nas suas duas primeiras décadas, quando a litografia predominou. Tal simbiose era um padrão adotado pelas revistas de variedades, internacionais e do centro do país, mas que, ao se particularizar na Revista do Globo, assumiu características próprias relacionadas ao local de sua redação e às características pessoais de boa parte de seus colaboradores.  Uma das frentes da Editora Globo, onde era editada a revista, abria-se para a rua da Praia, no amplo trecho que vai da Caldas Júnior até a Marechal Floriano, onde ficavam os principais jornais, cinemas e hotéis da cidade, as lojas mais renomadas e cafeterias mais frequentadas. Onde o footing se concentrava e as rodas de conversas se formavam.  Um destes points, composto principalmente por literatos e leitores dos livros e revistas da Editora Globo, era a porta de entrada do prédio. Um lugar de emulação e de tráfego mútuo de sugestões e estímulos entre literatos e artistas gráficos. Esta interação entre literatos e artistas gráficos também fluía porque era um tempo em que as fronteiras entre o campo literário e o campo das artes plásticas não estavam bem delineadas. Angelo Guido, pintor e crítico de artes, também publicava seus ensaios literários na revista. Athos Damasceno e Érico Veríssimo, também gostavam de desenhar. Sotero Cosme, pianista e artista gráfico, desde o tempo da Madrugada, dialogava de igual pra igual sobre literatura modernista com Theodemiro Costes e Augusto Meyer. Tempos em que ser quadrado era pensar que o mais adequado é o “cada um no seu quadrado”.  Revista do Globo, literatura e ilustração – Exemplos (1929) A exiguidade de espaço aqui só permite alguns exemplos dos enunciados acima apresentados.  De Sotero Cosme (P. Alegre, 1905 – Paris, 1978), este “endiabrado desenhista” com seus desenhos onde “a simplicidade das linhas se alia às mais complexas sugestões… uma sugestão estética demais espiritualizada para ser definida” (GUIDO, Angelo. Revista do Globo, ano I, n.2, p.16), destacamos uma caricatura de Eduardo Guimarães, para um artigo de Augusto Meyer sobre o mesmo (Fig. 1) e o desenho de um João Grande, para o poema homônimo de Manoelito D’Ornellas (Fig. 2). De João Fahrion (P. Alegre, 1898 – Idem, 1970), em seus desenhos “eminentemente modernos, mas sem transcender o real e sem desandar para as deformações chocantes” (GUIDO, Angelo. Diário de Notícias, 08.11.1944, p.7. In: RAMOS, Paula. Artistas Ilustradores. A Editora Globo e a constituição de uma visualidade moderna pela ilustração. Tese de Doutorado. Porto Alegre, UFRGS/Inst. de Artes, 2007, p.255) destacamos sua Arlequineta, para o poema “Caixinha de música”, de Athos Damasceno (Fig. 3), e seu desenho Noturno Enluarado, para o poema “Noturno da ruazinha natal”, do jovem Mário Quintana, então com 23 anos (Fig. 4). De José Rasgado Filho, o Stelius, e seus desenhos “com […]

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