Memória

1938 – A fundação da Chico Lisboa

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1938 – A fundação da Chico Lisboa
PORTO ALEGRE 251 ANOS 1938 – A fundação da Chico Lisboa – História Em 4/8/1938, um grupo de artistas formou em Porto Alegre a Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa, a Chico Lisboa, como é carinhosamente chamada. Hoje de casa nova, na rua 24 de Outubro, 200 (Galeria do DMAE), os 85 anos da Chico tem sido uma história de descontinuidades, alternando períodos de entusiasmados ativismos e desanimadas sonolências. Com um certo desperdício do capital simbólico acumulado nos períodos de efervescências e uma memória descontínua e dispersa, distribuída entre alguns homens e mulheres-memória (Zorávia BeTtiol é uma delas). Uma história, também, de tipificações apressadas. Como aquela que a Chico foi criada por um grupo de “autodidatas” para se contrapor à “rigidez acadêmica” do Instituto de Artes. Como chamar de autodidatas Edla Hofstetter, fundadora e primeira Tesoureira da Chico, Julia Felizardo, presente já nas exposições de 1938 e 1939, e João Faria Viana, uma de suas principais lideranças iniciais? As primeiras com curso no IA concluído, o último aluno de Libindo Ferraz e Francis Pelichek  no curso noturno do IA. Para não falar de João Fahrion, já então professor do IA e presente no IIº Salão da Chico. Para relativizar o enunciado de que a Chico queria se contrapor ao Instituto de Artes temos o caso João Faria Viana, presente nas primeiras mostras da Chico (Fig. 1 – esquerda), propondo que seu desenho de Aleijadinho (Fig. 1 – direita) fosse presenteado ao IA, para dar mostras da disposição da Chico de intercambiar com o mesmo. Proposição aceita por unanimidade. Tudo disponibilizado nas atas da Chico. Basta pesquisar. Os primeiros salões da Chico (1938-1939-1940) – Representações Os primeiros anos da Chico foram de efervescente ativismo, com os Salões de 1938, 1939 e 1940. Todos apresentando como traço uma heterogeneidade formal e ideológica. Representantes do conservadorismo, em ambas as dimensões, foram João Faria Viana e Guido Mondin (Fig. 2). Do socialismo modernista, amplamente minoritário, foi Carlos Scliar, então com 19 anos. Rebelde secretário das primeiras atas, brigou com os conservadores, foi embora para São Paulo, sendo admoestado severamente nas atas subseqüentes. Não sem antes expor no Salão de 1939 da Chico (Fig. 3 – esquerda) e ilustrar, alguns com o mesmo tema, contos na Revista do Globo (Fig. 3 – direita).  Heterogeneidade étnica e de gênero também marcaram a Chico nestes seus primeiros tempos. Com destaque para Julia Felizardo, que, desde a década de 1920, vinha se exercitando nos bancos do Instituto de Artes, ali deixando seus esboços onde até hoje de encontram (Fig. 4 – direita). No Salão de 1939, apresentou uma interessante natureza morta (Fig. 4 – esquerda). O outro caso é de Edla Hofstetter da Silva, formada pelo IA em 1934 e, pelos sobrenomes, de etnia teuto-brasileira. Pelas poucas obras dela conhecidas, com uma preferência por mulheres negras de modelo (Fig. 5 – esquerda). No Salão de 1939, apresentou uma figura desta tipologia (Fig. 5 – direita).  Se reveladoras de sua identificação etnocultural com a negritude, só uma pesquisa mais […]

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