O torcedor
No dicionário torcer significa enroscar, entrosar e unir.
José Carlos Lindemann Coimbra, ou Mortoza como era popularmente conhecido, foi um torcedor no cerne da palavra. Torceu a vida toda pelo Brasil de Pelotas, torceu pelo Lula e torceu a família nos últimos 2 anos e meio quando o câncer chegou.
Particularmente por mim torceu desde o meu nascimento, já que além de tio era também meu dindo.
Herdei dele em vida o sentimento de justiça e amor pelos nossos ideais, e estivemos juntos na mais importante eleição dos últimos tempos. Torcemos e vibramos a vitória da estrela vermelha. Nos enchemos de esperança e seguimos ainda mais unidos quando o dia-a-dia da doença não se apresentou gentil.
Suas mãos pelotenses ajudaram a dar vida à RadioCOM-Pelotas. Atuou firmemente em tantos sindicatos batalhando pelos trabalhadores. Aliás, o trabalho esteve presente desde os 13 anos de idade.
13! Número favorito e data do aniversário dele.
Mortoza foi amigo dos amigos, irmão dos irmãos, pai do Tainã, esposo da Dirce, meu tio e padrinho. Sindicalista feroz, torcedor de corpo e alma.
Marchando por Pelotas de boné, barba por fazer e camiseta vermelha, Mortoza foi sal, dando sabor à vida de tantos durante seus quase 62 anos de vida.
Neste 7 de fevereiro Pelotas se despediu de um grande homem e amigo, e afirmo: foi um prazer torcer ao lado e por este homem que lutou e torceu a vida toda.
Dizemos até logo pra um grande torcedor e com a certeza de que todos seus amigos, familiares e admiradores seguem torcendo com o mesmo amor e dedicação.
Thainá Coimbra faz parte do Matinal Jornalismo e é estudante de letras francês pela Universidade Federal de Santa Catarina.