Parêntese | Prefeito da semana

Prefeito da Semana: A história dos mandatários da capital gaúcha

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Prefeito da Semana: A história dos mandatários da capital gaúcha Por Stéfani Fontanive É curioso que uma série sobre prefeitos comece com pessoas que nunca tiveram esse título. Mas é exatamente assim: embora tenha estabelecido administradores municipais individuais desde o início da era republicana, Porto Alegre já deu três nomes a esse cargo: os primeiros mandatários eram os presidentes da Junta Municipal, seguidos pelos intendentes e, somente após 1930, passaram a ser chamados de prefeitos. A partir de hoje, a Parêntese começa a contar a história desses 40 homens (sempre homens) que exerceram o cargo máximo da Capital. A cada semana, em ordem cronológica, traremos o Prefeito da Semana, pequenos perfis recuperando a vida e a atuação política de cada um deles. Será um longo caminho rumo às eleições municipais: quando o último mandatário for lembrado, o porto-alegrense estará às vésperas de escolher um novo (ou reconduzir o atual ao cargo). Nossa inspiração para esta série foi o podcast Presidente da Semana, da Folha de S. Paulo, que em 2018 recuperou a história dos líderes do Brasil republicano. República esta que também foi responsável pela mudança na administração de Porto Alegre, que acabou por individualizar a figura do que hoje conhecemos como prefeito. Pouco após o fim do Império, em 15 de novembro de 1889, a velha Câmara Municipal foi desfeita e os políticos da época montaram a Junta Municipal, órgão responsável por cuidar do orçamento da Capital. Os participantes da Junta, no início, eram políticos conhecidos do Partido Republicano, que se alternavam no cargo de “presidente” – na prática, liderando a administração do município. O cargo de presidente da Junta Municipal durou apenas por três anos. Em junho de 1892, a junta e o cargo de presidente foram extintos e criou-se o Conselho Municipal, e o comando da cidade ficou sob responsabilidade do Administrador Provisório do Município. No mesmo ano, definiu-se a Constituição Municipal e criou-se um novo cargo, o de intendente. Foram quatro a governar com esse título durante a República Velha. Eram tempos de pouca independência, e muitos reclamavam da extrema subordinação ao governo do estado. A presidência da Junta Municipal também era um cargo efêmero: dos três primeiros a ocuparem, apenas um ficou no cargo por mais de um ano, e a cidade chegou a ter um mandatário que durou apenas 18 dias, o obscuro João Domingues da Costa, ainda hoje um personagem de quem os arquivos da cidade conservam poucas informações. O que os primeiros mandatários fizeram por Porto Alegre – geralmente nomear ruas e aprovar o orçamento, devido ao poder limitado que possuíam – está documentado nas atas da Câmara Municipal de Porto Alegre e em documentos conservados pelo Arquivo Histórico Regional Moysés Vellinho. Antes de José Montaury, o oitavo mandatário da cidade e que permaneceu no cargo por mais tempo (mais de 27 anos, entre 1897 e 1924), é um caminho bem mais tortuoso recuperar as vidas deles longe da política: em muitos casos, não há registros sobre as profissões, data e local de nascimento ou de falecimento. Até sobre a grafia de […]

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Por Stéfani Fontanive É curioso que uma série sobre prefeitos comece com pessoas que nunca tiveram esse título. Mas é exatamente assim: embora tenha estabelecido administradores municipais individuais desde o início da era republicana, Porto Alegre já deu três nomes a esse cargo: os primeiros mandatários eram os presidentes da Junta Municipal, seguidos pelos intendentes e, somente após 1930, passaram a ser chamados de prefeitos. A partir de hoje, a Parêntese começa a contar a história desses 40 homens (sempre homens) que exerceram o cargo máximo da Capital. A cada semana, em ordem cronológica, traremos o Prefeito da Semana, pequenos perfis recuperando a vida e a atuação política de cada um deles. Será um longo caminho rumo às eleições municipais: quando o último mandatário for lembrado, o porto-alegrense estará às vésperas de escolher um novo (ou reconduzir o atual ao cargo). Nossa inspiração para esta série foi o podcast Presidente da Semana, da Folha de S. Paulo, que em 2018 recuperou a história dos líderes do Brasil republicano. República esta que também foi responsável pela mudança na administração de Porto Alegre, que acabou por individualizar a figura do que hoje conhecemos como prefeito. Pouco após o fim do Império, em 15 de novembro de 1889, a velha Câmara Municipal foi desfeita e os políticos da época montaram a Junta Municipal, órgão responsável por cuidar do orçamento da Capital. Os participantes da Junta, no início, eram políticos conhecidos do Partido Republicano, que se alternavam no cargo de “presidente” – na prática, liderando a administração do município. O cargo de presidente da Junta Municipal durou apenas por três anos. Em junho de 1892, a junta e o cargo de presidente foram extintos e criou-se o Conselho Municipal, e o comando da cidade ficou sob responsabilidade do Administrador Provisório do Município. No mesmo ano, definiu-se a Constituição Municipal e criou-se um novo cargo, o de intendente. Foram quatro a governar com esse título durante a República Velha. Eram tempos de pouca independência, e muitos reclamavam da extrema subordinação ao governo do estado. A presidência da Junta Municipal também era um cargo efêmero: dos três primeiros a ocuparem, apenas um ficou no cargo por mais de um ano, e a cidade chegou a ter um mandatário que durou apenas 18 dias, o obscuro João Domingues da Costa, ainda hoje um personagem de quem os arquivos da cidade conservam poucas informações. O que os primeiros mandatários fizeram por Porto Alegre – geralmente nomear ruas e aprovar o orçamento, devido ao poder limitado que possuíam – está documentado nas atas da Câmara Municipal de Porto Alegre e em documentos conservados pelo Arquivo Histórico Regional Moysés Vellinho. Antes de José Montaury, o oitavo mandatário da cidade e que permaneceu no cargo por mais tempo (mais de 27 anos, entre 1897 e 1924), é um caminho bem mais tortuoso recuperar as vidas deles longe da política: em muitos casos, não há registros sobre as profissões, data e local de nascimento ou de falecimento. Até sobre a grafia de […]

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