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Pressionada por pequenos agricultores, prefeitura reverte cancelamento de convênio com a Emater

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Pressionada por pequenos agricultores, prefeitura reverte cancelamento de convênio com a Emater
Suspensão do serviço havia sido anunciada em abril e deixaria mais de 540 famílias desassistidas Karen Viscardi * Atualização 16/05: A reportagem foi atualizada após manifestação da prefeitura, que nega ter sofrido pressão. A repercussão negativa causada pelo anúncio de que 540 famílias de agricultores, quilombolas, pescadores e indígenas da Capital ficariam sem assistência técnica levou a prefeitura municipal a voltar atrás na decisão de romper um convênio vigente há mais de 70 anos com a Emater. Depois de um impasse que durou mais de 40 dias, em apenas uma semana, as autoridades chegaram a um acordo e decidiram manter a parceria, pressionadas por um abaixo-assinado que reuniu quase 1,5 mil assinaturas e uma mobilização suprapartidária na Câmara Municipal, que votaria uma moção de apoio à manutenção do convênio. Na quarta-feira, 13 de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre anunciou a manutenção dos serviços. Após a publicação desse texto, a prefeitura enviou nota (leia a íntegra abaixo) na qual nega ter sofrido pressão, embora só tenha confirmado a manutenção dos serviços quando o anúncio do fechamento foi tornado público. “As decisões são técnicas, baseadas no interesse público e a prefeitura nunca sofreu pressão nenhuma na questão da Emater”, inicia o texto, que na sequência, elenca manifestações do secretário de Relações Institucionais, Christian Lemos, e do presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cleber Quadros Vieira para corroborar a tese. A mobilização partiu principalmente dos agricultores, indígenas, pescadores e quilombolas que recebem apoio técnico do órgão estadual. Gente como os integrantes das seis famílias que moram na aldeia Kómãg Kaingang, área de dois hectares na zona sul de Porto Alegre. Foi com a ajuda dos técnicos da Emater que os kaingang conseguiram ir além da agricultura de subsistência para tirar mais proveito da terra. “A Emater traz uma visão técnica para o cultivo e ajuda na busca de pontos de venda do artesanato”, diz o cacique Eder Castoldi.  Há quatro anos, os indígenas começaram a cultivar um pomar de árvores frutíferas e iniciaram a criação de aves, que servem como novas fontes de renda, além do artesanato. Também estavam projetando o plantio de uma horta agroecológica – plano que seria interrompido caso o fechamento do escritório municipal da Emater se concretizasse.  Somente entre comunidades indígenas, a equipe da Emater-Ascar atende 192 famílias das etnias Mbyá Guarani, Kaingang e Charrua, distribuídas em 13 aldeias ou núcleos na Capital.  O encerramento do convênio impactaria também quilombolas, agricultores e pescadores, somando mais de 500 famílias que contam com a Emater para aprimorar sua produção, ampliar os rendimentos e abrir novos mercados. Porto Alegre detém a maior área rural entre as capitais da região Sul e a 14ª no Brasil, que ficaria de forma inédita sem o atendimento especializado da empresa. Seus servidores oferecem um olhar científico aos produtores, que normalmente contam apenas com a experiência comunitária ou ancestral na lida rural. Dessa mistura de conhecimentos saem frequentemente novas soluções de cultivo e de combate a pragas, como controle biológico, e manejo […]

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