Revista Parêntese

Parêntese #145: Tempo, tempo

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Parêntese #145: Tempo, tempo Foto: Nathallia Protazio

Se eu estivesse escrevendo este texto daqui a umas 52 horas, o tom seria outro – pelo menos mais nítido. Na melhor hipótese, aliviado e esperançoso; na pior, apavorado com o mês que vem vindo por diante.

Mas não: estou escrevendo agora, umas 52 horas antes de serem abertas as urnas, aquelas que o infernal presidente tanto demonizou. Não sei o que virá, embora espere.

Esperar é assim mesmo: tem algo lá no futuro, que não pode ser antecipado por mais que façamos sondagens, que também não pode ser postergado, por mais indigesto que resulte ser. E esse algo lá no futuro orienta nosso presente, no qual estamos esperando. 

Que mais posso compartilhar com o prezado leitor, a prezada leitora?

Que temos aqui textos capazes de entreter e alimentar nossa sensibilidade e inteligência, por alguns momentos, neste sábado.

Nosso historiador da cidade, Arnoldo Doberstein, conta dos começos do uso do prédio da atual Biblioteca Pública do Estado, aquela joia da cidade e do estado, cuja inauguração completou agora mesmo seus cem anos de existência formal, com a Biblioteca tendo ganhado uma portentosa restauração, externa e interna (vai um agradecimento à Associação de Amigos da BPE, com destaque para seu atual presidente, Gilberto Schwartzmann, que viabilizou o processo).

A história de Úrsula avança pela cidade, pela mão de Ester Mambrini. Arthur de Faria conta algo da história de João Palmeiro, que esteve no centro da vida cancional do sul nos anos 1960.

Samantha Buglione faz um perfil de Ondjaki, o escritor angolano de grande presença no cenário atual. José Felipe Ledur traz um conto seu, ficcionalizando um momento grave de nosso passado – como por certo faremos, em algum ponto do futuro, com nossos impasses atuais. O segundo miniconto da série de 13 é de Rosângela Mendes de Ávila.

Zita Possamai, num sensível capítulo de ensaio-memória, repassa as delícias e dores implicadas no nome de sua terra natal. Nathallia Protazio oferece 13 boas razões para votar direito amanhã. Ela que reúne, com outros colaboradores, fotos de Porto Alegre que mostram a cidade antes da votação. Já os ca˜es, na tirinha de Bier e Castelo, que expressam sua vontade a respeito do clima instalado no país.

Agora, o feito realmente extraordinário, capaz de nos distrair por um bom tempo, é o nono e penúltimo capítulo da série sobre os Palíndromos, obra genial do Fraga e do Giba Assis Brasil. Pode apostar: nunca a gente pensou que vivia tão imerso em palíndromos como ao ler o texto de hoje.

Fique bem aí. Tome um mate. Respire fundo. Vote certo. Nos vemos semana que vem.

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