Revista Parêntese

Parêntese #164: Fascista

Change Size Text
Parêntese #164: Fascista

Estamos falando do vereador de Caxias que disse aquelas barbaridades contra trabalhadores tratados como escravos? De sua valentia bravateira na tribuna (onde defendeu armas e truculência), e em seu choro de guri apavorado depois de sua esposa o repreender? 

Sim, podia ser para ele o título aí de cima. Caberia bem. Não só por sua abominável fala, xenófoba e truculenta, mas por seu desprezo pelas pessoas e pelos fatos elementares. A propósito: a mitologia da riqueza conquistada sem auxílio externo encontra uma análise de fundo no artigo da historiadora Carla Menegat.

Esse lamentável vereador, expulso de seu partido e agora processado pelos pares, com eventual perda do mandato em seu horizonte e o desconforto de haver sido pressionado até por sua esposa, essa figura não é o único de sua espécie. Talvez ele seja apenas o mais ridículo, neste momento. Mas ele é legião.

Quem experimentou a mão pesada do fascismo em sua face racista, por sinal na mesma cidade do crime contra os trabalhadores, foi Márcio Chagas da Silva. No texto de hoje ele descreve aquele momento horroroso, mas não totalmente surpreendente. 

Fascista, sem qualificativos outros, é o Pinóquio que Heloísa Netto nos apresenta no texto de hoje, parte de série iniciada semana passada. A Heloísa traduziu ao português quatro livros, quatro versões do mesmo Pinóquio inventado no século 19, quatro apropriações de sua figura pelo fascismo de Mussolini. É conhecer para melhor evitar.

Juremir Machado da Silva encerra, neste sábado, a sua série de relatos de Maria Graham, que retratou o Brasil do século XIX.

Na entrevista, um antídoto contra a barbárie: André Boucinhas, historiador, apresenta sua visão sobre o humor, tendo como ponto de chegada a voga dos stand-up, no Brasil e em muitos outros cantos do mundo. Partindo de uma curiosidade sobre o antigo programa “TV Pirata”, Boucinhas visita o humor do pós-Segunda Guerra nos EUA e não esquece de falar nem dos craques locais, como Jô Soares ou Chico Anísio, nem dos gigantes ingleses, como a turma do Monty Pithon. 

Começamos outro folhetim, na presente edição. O autor é o Tiago Maria, que se apresenta em entrevista feita pela Nathallia Protazio. “Inferninho” se chama. Um passeio pela noite, no mundo da luz vermelha.

Arnoldo Doberstein revela um Erico Verissimo ilustrador, em sua sempre interessante história de Porto Alegre em suas representações pictóricas. Fernando Seffner dá uma de Proust em seu infinito périplo pelos nomes de prédios em Porto Alegre, com o bom humor de sempre.

Proustiano da gema é o texto de Saul Duque: ele aplicou o famoso questionário Proust a ninguém – ou nada – menos que ao ChatGPT. O mesmo Chat é examinado por Lúcio Carvalho, que o contrasta com a velha tese da morte do autor – onde ficará a autoria, daqui pra frente?

Rosane Pereira repassa o conceito e os sentidos da perda, tendo como elemento de referência a imensa, acachapante, opressiva presença da morte em nosso presente – no aniversário de impunidade do crime da boate Kiss, na outra impunidade covarde das mortes dos Ianomami, na impensável cifra de 700 mil mortos pela covid19.

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHEUM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHEUM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.