Revista Parêntese

Parêntese #167: Estrela, estrela

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Parêntese #167: Estrela, estrela Acervo pessoal

Como ser assim tão só e nunca sofrer?

É o que a melancólica voz do cantor pergunta, na abertura da canção do Vitor Ramil chamada “Estrela, estrela”, que agora, décadas após haver sido composta, retorna ao mercado, entrando no circuito amplo da divulgação em telenovela da Globo, numa gravação lindaça, Vitor acompanhado pelo Carlos Moscardini fazendo uns bordados lindos ao violão.

Dá uma olhada aqui e aqui.

A canção é ao mesmo tempo desolada e amorosa: ela bota em relação direta e fulminante um eu que olha para a estrela, a quem ele dirige perguntas que jamais serão respondidas, e a estrela, que está lá longe e mesmo assim é a referência viva do sentimento daquele eu cá embaixo. O euzinho solito e incompreendido e a imensidade abrangente do cosmo concentrada em um corpo celeste lá, um micro cá e outro micro lá, mas micros de tamanhos diversos. Quem não se comove com “Estrela, estrela”, vou te dizer: falta alguma coisa em seu coração. 

Convidamos o autor, o agora sessentão Vitor Ramil, para lembrar do momento daquela composição. O resultado é um texto que vale, em si, tanto quanto a já conhecida criação. Uma reflexão madura brota por entre as linhas dessa memória. 

A edição 167 tem ainda outras joias. A coleção de retratos porto-alegrenses do Gilberto Perin, parte da exposição que ele inaugurou anteontem, no Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, ali na João Alfredo, onde permanece aberta à visitação. 

No folhetim de Tiago Maria, vamos ouvir uma conversa do Tropeço com o Negão Auri, perto da estátua da Santa, dentro do La Rosa, uma boate de prestígio, mas tudo meio enevoado pelos efeitos da bebida e outros aditivos.     

Marília Kosby conta de uma interrogação que fez ao mar. Arnoldo Doberstein relata a chegada da iluminação pública ao bairro de Ipanema, alterando aquele balneário para sempre. Arthur de Faria repassa, faixa a faixa, o primeiro elepê dos Almôndegas, uma maravilha que ainda agora tem seus efeitos benéficos. Pedro Reis oferece a tradução de poemas do sempre enigmático e instigante e.e.cummings.

Nathallia Protazio escreve uma continuação para sua crônica A faxineira mais bem paga do Bom Fim. E Juremir Machado da Silva trata de linguagem inclusiva em sua coluna deste sábado, no Matinal. “Seria possível pensar esse tema sem mortos e feridos?”

Com sua quarta encarnação, encerramos hoje a série do Pinóquio fascista, que Heloísa Netto nos ofereceu nas últimas semanas. As ditaduras não têm pudores, não senhor, e é sempre bom ter clareza sobre isso.

Por fim, mas não para botar fim, uma divulgação que nosso assinante vai gostar de saber, mas igualmente vai se assustar em saber: Edgar Vasques está botando à venda aquarelas originais do sempre agudo Rango. Fala aí tu mesmo, Edgar: 

Salve geral, amigos!
Atendendo a pedidos (principalmente dos credores) estou colocando à venda tiras originais do Rango, em cores de aquarela. Rango é, salvo engano, a tira mais antiga da hq brasileira ainda em atividade (criada em 1970, e na mídia regular desde 1973). Como amostra, anexo algumas tiras, e cada uma tem um número de série identificador. Havendo interesse é só me contatar por esse mail, q a gente trata dos detalhes. Além dessa amostra, tenho muitas mais, q pretendo ir postando na continuação.
Desde já, obrigado.
Gd abr
Edgar Vasques

Tudo porque o Edgar não mora em uma estrela remota, gentil e grátis, mas aqui no meio do mau tempo de nossos dias. Algumas das tiras vão reproduzidas na edição, de forma que o leitor e a leitora poderão escolher. Querendo, é só falar com o Edgar ele mesmo no endereço [email protected] .

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