Revista Parêntese

Parêntese #169: O Sofazão cosmopolita

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Parêntese #169: O Sofazão cosmopolita

Porto Alegre tem dessas coisas. De vez em quando é de uma caretice e um provincianismo de doer, e de vez em quando se abre como uma metrópole em escala pequena. 

Exemplos de caretice e provincianismo: vou poupar os olhos dos leitores.

Exemplos de abertura para o mundo: são muitos, desde muito tempo. A Sociedade Partenon Literário, que em 1868 começou suas atividades e era desde sempre abolicionista e republicana. A Editora Globo dos bons tempos. 

A invenção do Orçamento Participativo. O Fórum Social Mundial. 

Umas quantas experiências artísticas.  

O Sofazão, casa noturna dirigida por um certo Padre Roque, casa de encontros amorosos variados e alternativos – lembra dela? Uma iniciativa de grande abertura moral. 

(O Sofazão aparece no folhetim do Thiago Maria, com seu bom humor debochado. Neste capítulo, entra em cena uma “alma pelada”, bem diversa da prima dela, a penada, e a famosa estrela Dalva Vulva.)

Até pela direita: são iniciativas de ótima abertura o Fórum da Liberdade e o recente South Summit. (Se bem que chamar com nomes ingleses é caipira que dói, não?)

Outro exemplo bacana: o lançamento do sexto volume da série Taxitramas, do Mauro Castro, um escritor que explora o taxista que vive no mesmo corpo do artista. Vai ser terça agora, dia 11, no teatro Renascença, a partir das 18 horas. Me diz: que outra cidade tem um taxista com a verve, a capacidade artística e a longevidade literária do Mauro? 

Porto Alegre, na mão dele, é realmente demais.

Tem também o ensaio de imagens da Maria Weber Rodrigues sobre skatistas ali na beira do rio – ou na orla da lagoa, se o prezado leitor e a gentil leitora preferirem. 

Frederico Bartz apresenta outro lugar da classe trabalhadora na cidade – a igreja dos Navegantes. Arnoldo Doberstein fala da famosa Exposição do Centenário, de 1935, que inventou o parque que atualmente se chama, de terno e gravata, Farroupilha mas que é chamado mesmo, por todo mundo, é de Redenção.

Karen Bruck revisita a ilha da Pintada em um momento de auge da construção naval entre nós. Arthur de Faria examina o segundo lp dos Almôndegas. E Juremir Machado da Silva diz sim à vida, apesar de tudo.

Fausto Leiria inventa uma troca de cartas cheia de dor e mistério, com o Uruguai no centro, enquanto Paulo Damin conta de uma aproximação justamente com o “paisito”. 

Renata Dal Sasso oferece o segundo momento de sua observação da Buenos Aires de agora. E a Nathallia Protazio celebra a vida comum, em mais uma crônica envolvendo os faxineiros. 

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