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“A Brigada da Chefe” une culinária e crítica social

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“A Brigada da Chefe” une culinária e crítica social Imovision/Divulgação

Uma constante nos “filmes gastronômicos” é o elogio ao poder que a cultura culinária tem de transformar os personagens e conectar as pessoas. Na comédia dramática A Brigada da Chefe (2022), soma-se a essas abordagens um conteúdo de crítica social: o ambiente em que se desenrola a trama é a cozinha de uma casa de passagem para jovens imigrantes no interior da França.

O diretor e roteirista Louis-Julien Petit e a atriz Audrey Lamy repetem a parceria de As Invisíveis (2018), produção anterior do realizador também com um pano de fundo social, mostrando a luta contra o tempo de um grupo de assistentes sociais para reintegrar as residentes de um centro de acolhimento para mulheres sem domicílio que será fechado em breve. Em A Brigada da Chefe, Audrey – que está em cartaz também no cinema como a mamãe de O Tesouro do Pequeno Nicolau (2021) – vive Cathy Marie, uma teimosa subchefe que se demite do restaurante chique em que trabalha com o objetivo de abrir seu próprio estabelecimento.

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As coisas, porém, não saem como planejado e, a fim de juntar dinheiro para realizar seu sonho, Cathy resolver atender a um anúncio de jornal que busca uma cozinheira. Chegando no local, no entanto, a protagonista descobre que o emprego não era nada do que foi anunciado: no lugar de comandar a cozinha de um restaurante sofisticado, a vaga é para cuidar da cafeteria de um abrigo para garotos imigrantes.

Imovision/Divulgação

Mesmo detestando a nova função, Cathy acaba ficando na instituição administrada por Lorenzo (François Cluzet) e que tem entre os professores a dedicada e simpática até em demasia Sabine (Chantal Neuwirth). Aos poucos, a chef vai se envolvendo com as histórias, desejos e frustrações de jovens vindos na maioria da África, como o encantador menino GusGus (Yannick Kalombo) e o aspirante a jogador de futebol Djibril (Mamadou Koita). Já a participação em um reality show de culinária chamado The Cook pode mudar a vida de Cathy e o destino do abrigo.

Apesar da pitada amarga representada pela dramática realidade dos refugiados e imigrantes clandestinos na França, vivendo na ilegalidade e sob o risco iminente da deportação, o tom de A Brigada da Chefe é de leveza agridoce. O carisma do elenco central ajuda a manter a história palatável e calorosa – com destaque para algumas sequências genuinamente emocionantes.

Imovision/Divulgação

A Brigada da Chefe: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de A Brigada da Chefe:

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