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“A Garota Radiante” celebra a vida em tempos de morte

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“A Garota Radiante” celebra a vida em tempos de morte Pandora/Divulgação

Conhecida por estrelar filmes como Betty Fisher e Outras Histórias (2001), Mademoiselle Chambon (2009), Amar, Beber e Cantar (2014) e Quando Margot Encontra Margot (2018), a atriz francesa Sandrine Kiberlain estreia no roteiro e direção com A Garota Radiante (2021), que teve a sua première na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2021. A personagem do título é Irène (Rebecca Marder), uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário delicado: o verão de 1942, quando a França está ocupada por nazistas. A protagonista está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver e ambiciona uma trajetória artística – mas talvez não possa realizar seus sonhos.

Sandrine Kiberlain conta que resolveu virar realizadora por causa da de se expressar de uma maneira diferente do que já fazia: “Eu também esperei até encontrar o argumento certo. Com esse projeto, pude contar a história de uma jovem mulher e capturar um momento histórico de uma forma muito pessoal”.

A diretora e roteirista também explica que começou o roteiro imaginando a vida das personagens: “Eu tinha a ideia, mas não sabia como a transformar em filme. Talvez por eu ser uma atriz, iniciei o processo pensando nas personagens centrais até conseguir realmente encontrar a trama”.

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Como base, ela pensou na vida de seus avós em 1942, momento em que se passa A Garota Radiante: “Todos queriam, como a personagem, se tornar atores, e, como ela, também eram judeus. No processo, muito da minha vida pessoal acabou se tornando uma referência, embora eu fizesse mudanças. Não queria, por exemplo, que minha mãe e minha irmã se tornassem personagens. Seria mais fácil falar de mim mesma e explorar o que significa uma família de forma sincera sem trair as pessoas que amo”.

Rebecca Marder, atriz da Comédie-Française que literalmente brilha de vivacidade em cena, foi descoberta por Kiberlain no teatro e encontrou nela a mistura entre humor e seriedade que julgou perfeita para a personagem. “Provavelmente temos os mesmos instintos como atriz e não precisávamos falar muito para nos entender. Ela tem um rosto marcante que me lembra muito atrizes como Ingrid Bergman e Nastassja Kinski”, diz a realizadora.

Vencedora dos prêmios César de melhor esperança feminina por Ter ou Não Ter (1995) e de atriz por Uma Juíza sem Juízo (2013), Kiberlain conta que a experiência de fazer A Garota Radiante foi uma das melhores de sua vida!” “Sempre tive muita sorte como atriz, tive parcerias incríveis, mas, durante todo esse tempo, eu falava palavras de outras pessoas. Aqui, finalmente, pude compartilhar minha visão das coisas e meu olhar pessoal para essa história. Pela primeira vez, fiz o que tinha em mente”.

Pandora/Divulgação

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A Garota Radiante: * * * *

COTAÇÕES

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Assista ao trailer de A Garota Radiante:

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