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“A Noite do Dia 12” assombra um policial francês

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“A Noite do Dia 12” assombra um policial francês Pandora Filmes/Divulgação

Conhecido por comédias como Harry Chegou para Ajudar (2000) e Más Notícias para o Sr. Mars (2016), o cineasta Dominik Moll volta às telas em um outro registro no premiado A Noite do Dia 12 (2022), história que combina suspense e policial sobre um investigador tentando desvendar o caso complicado do assassinato de uma mulher. O filme chega aos cinemas brasileiros a partir desta quarta-feira, 12 de julho – estratégia de lançamento que reforça o fatídico número 12 do título do longa.

No César, principal premiação do cinema francês, A Noite do Dia 12 levou seis troféus, entre eles melhor filme, diretor e ator coadjuvante (Bouli Lanners), além de receber outras quatro indicações. Na trama, Yohan (Bastien Bouillon, vencedor do César de Melhor Esperança Masculina) é um detetive de polícia obcecado pela morte de Clara – e o que começa como uma investigação da vida da vítima torna-se um caso que ele não consegue abandonar. Um interrogatório evoca outro, há vários suspeitos, muitas dúvidas e uma única certeza: o assassinato foi na noite do dia 12.

Pandora Filmes/Divulgação

Dominik Moll conta que partiu do livro que a francesa Pauline Guéna escreveu depois de acompanhar por um ano uma equipe de polícia em Versalhes que investiga crimes diversos. O diretor e roteirista optou por adaptar para o filme apenas um dos casos: “Ela conta esse caso de uma jovem que foi incendiada a caminho de casa, e se tornou a obsessão de um dos detetives. Confesso que hesitei pela natureza sórdida do crime, mas, depois de ler algumas páginas, a história começou a me assombrar, como assombra o investigador”.

Nesse sentido, Moll explica que uma das questões centrais do longa é a relação entre homens e mulheres, aspecto que já estava na obra da escritora e roteirista Guéna após sua experiência e pesquisa em campo com a polícia. “Não é exatamente um ponto da obra dela, mas o fato de ela ser uma mulher observando homens trabalhando. Isso é um fator que se impôs a nós. E muitos casos são de feminicídio, violência de homens contra mulheres”, explica o realizador.

Pandora Filmes/Divulgação

Gilles Marchand, um dos roteiristas de A Noite do Dia 12 Marchand, escreveu uma minissérie sobre um crime não resolvido, chamada Grégory. “Geralmente, filmes desse gênero começam com um assassinato e terminam com a revelação do assassino. E não era isso que eu queria, o que me perseguia nessa história era o mistério”, conta o diretor.

Além do trabalho dos investigadores descrito por Guéna em seu livro, Moll contou com o apoio da polícia de Grenoble, que lhe permitiu uma imersão nesse mundo, vendo de perto como eles trabalham, segundo conta o cineasta: “Passar um tempo com eles me permitiu ser mais preciso e verdadeiro no tom do filme, conseguindo assim evitar uma espetacularização falsa do trabalho ou a busca por artificialismos. Isso me permitiu estar mais próximo do lado humano, o desconforto e a paixão que pode guiar os investigadores”.

Pandora Filmes/Divulgação

A Noite do Dia 12: * * * *

COTAÇÕES

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Assista ao trailer de A Noite do Dia 12:

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