“O Último Ônibus” embarca em viagem sentimental

Um dos mais versáteis e queridos atores britânicos da atualidade, Timothy Spall é o protagonista do drama agridoce O Último Ônibus (2021). No filme que entra em cartaz nesta quinta-feira (1º/6), o veterano artista interpreta um idoso que embarca em uma jornada a fim de cumprir uma promessa feita à esposa antes da morte dela.

No longa dirigido por Gillies MacKinnon, Tom Harper (Spall) é um viúvo de 90 anos que sai sozinho em uma viagem rumo à casa em que morou há 50 anos – partindo de uma vila remota no nordeste da Escócia até o extremo sul da Inglaterra. Lutando contra o tempo e as limitações da idade, o personagem pretende atravessar o Reino Unido em um périplo de 1,4 mil quilômetros para honrar o último desejo da esposa Mary (Phyllis Logan).

Nesse caminho, o obstinado Tom revisita o passado e tenta se conectar com um mundo moderno que nunca experimentou e com um mundo diversificado e multicultural.

O diretor escocês Gillies MacKinnon – que tem em sua filmografia títulos como Romance Proibido (1992) e Fúria nas Ruas (1995) – conta que, ao ler o roteiro de Joe Ainsworth, adorou a ideia de um road movie protagonizado por um homem de 90 anos: “E ele tem motivos pessoais muito fortes para fazer essa viagem, o que traz novas camadas emocionais ao filme. Ele faz o mesmo caminho que fizera 60 anos atrás, com sua mulher, mas agora no sentido inverso, usando as mesmas rotas de ônibus e pequenos hotéis onde se hospedaram”.

O longa foi filmado em Glasgow e arredores, e boa parte da trama se passa no Glasgow Vintage Vehicle Trust, um museu dedicado a meios de transportes escoceses. O exterior foi usado para a construção de diversos pontos de ônibus, enquanto o interior serviu de estúdio para a arquitetura de cenários.

Timothy Spall, de 66 anos, que interpreta Tom, de 90, usando uma maquiagem que o envelhece, descreve o filme como uma história de amor e perda: “São os últimos momentos da vida de uma pessoa, nos quais ele faz uma das maiores odisseias, e redescobre a vida ao redescobrir o mundo”.

Premiado ator de filmes como Verdades e Mentiras (1996), Topsy-Turvy: O Espetáculo (1999) e O Discurso do Rei (2010), Spall ganhou notoriedade no cinema encarnando o bruxo vilão Pedro Pettigrew na série Harry Potter. Spall explica que seu método de construção de personagens é físico, e que por isso dedicou-se a elaborar a maneira como Tom deveria se portar, falar e andar em O Último Ônibus: “Isso que faz as pessoas serem o que são, e isso explica muito como agem. Uma pessoa da idade desse personagem é frágil. Ele é idoso, vulnerável, mas também destemido a ponto de cumprir com seus objetivos. Eu sempre me interesso pelas pessoas, mesmo quando não estou trabalhando, e observo como elas agem, como o tempo passa para cada um”.

O Último Ônibus: * * *

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