Gustavo Cunha apresenta seu primeiro EP, intitulado BUTOH. O lançamento é o terceiro da carreira do músico e o segundo pelo selo Escápula Records.
O trabalho tem como principal referência a cultura japonesa dos mangás, animes, cinema e jogos 8 e 16-bits. Aliando tudo isto à ideia de distopia, tanto visualmente (luzes neon, tons de vermelho) quanto conceitualmente e refletindo sobre a relação humano-máquina,
Butoh (ou Ankoku Butô) – “dança das trevas” – é também o nome de um tipo de dança vanguardista japonesa que surgiu no pós-guerra. Levando este combinado de referências em conta, Gustavo consegue fazer um paralelo entre a sociedade que sofreu com a bomba atômica e o Brasil em pandemia.
— A ambientação distópica já não é mais imagética, a distopia é aqui, uma realidade — diz Gustavo.
Assim como a dança butoh visava refletir sobre a reconstrução de uma identidade japonesa em uma sociedade traumatizada, o EP BUTOH começa a conversar sobre a necessidade do “resgate identitário, da autoestima social pós-pandêmica e da superação dos traumas causados pela precarização em todos os âmbitos político-sociais, culturais e ambientais”, segundo o músico.
O EP resulta em três faixas, sendo duas delas instrumentais com participações de Cuqui e Lucas Fê, um em cada faixa. Lucas aparece no arranjo da primeira faixa, DELÍRIO uhf 01, na qual Gustavo sampleou trechos de gravações do baterista. Cuqui escreveu a letra juntamente com Gustavo e cantou na segunda faixa, sombra e fuga, segundo movimento e Lucas gravou e compôs, improvisando, as linhas de bateria da faixa que fecha o EP, t s u k i NO ME (take 3).
Como parte de BUTOH, há também o EP visual construído a partir da colaboração de 25 pessoas, entre artistas e público em geral. O vídeo foi montado e editado pelo próprio Gustavo Cunha.
Escute BUTOH aqui.
Confira o EP visual: