Matinal News

Denúncias de racismo crescem no Rio Grande do Sul

Change Size Text
Denúncias de racismo crescem no Rio Grande do Sul

Dados da Secretaria de Segurança Pública indicaram que as denúncias de racismo mais que dobraram no Rio Grande do Sul em 2022. Os relatos são diversos, mas os que mais chamaram a atenção no mês de maio envolveram o jogador do Inter Edenílson e uma estudante da Universidade Federal de Santa Maria, indiciada pelo crime depois de ofender colegas negros nas redes sociais. Desde o começo do ano, foram 47 denúncias – 135% a mais do que as 20 do mesmo período em 2021. 

No caso do jogador colorado, o atleta do Corinthians Rafael Ramos chegou a ser preso logo depois do jogo entre as duas equipes. Isto só ocorreu porque Edenílson decidiu prestar queixa. Antes, no entanto, ele quis saber do colega de profissão se retirava o que teria dito. Detido ainda no Beira-Rio, Ramos foi liberado após pagamento de fiança. O caso segue em investigação. 

Inaugurada há um ano e meio em Porto Alegre, a Delegacia de Combate à Intolerância tem concentrado as ocorrências na cidade. A maioria delas acontece em ambientes de trabalho e condomínios residenciais. Para a delegada Andréa Mattos, a existência da delegacia incentiva a denúncia por parte das vítimas. Segundo Mattos, a delegacia é um local de empoderamento, onde as pessoas podem se sentir acolhidas. A partir do funcionamento da delegacia especializada, foram registradas 435 ocorrências, que resultaram em 82 indiciamentos. 

No RS, cerca de 2,3 milhões de pessoas – 21% da população do Estado – considera-se negra. Em desvantagem na comparação com brancos nos indicadores sociais, isso quer dizer que nem sempre o racismo é reconhecido automaticamente. Para ajudar a entendê-lo, a cartilha “Direitos Humanos e o Combate ao Racismo”, produzida pela Defensoria Pública do RS, apresenta situações práticas para identificar e combater o racismo.

Vacinação contra a gripe é liberada para a população em geral

A imunização contra a gripe foi liberada para o público em geral (com seis meses ou mais de idade) a partir desta segunda-feira em Porto Alegre. A medida busca ampliar ao máximo a proteção contra três cepas do vírus influenza A antes do início do inverno – no RS, a cobertura vacinal dos grupos prioritários era inferior a 50% até sexta-feira. Hoje, 124 pontos aplicarão a vacina em Porto Alegre. Lembrando que é possível tomar a vacina contra a gripe e a da covid no mesmo dia. Quem teve covid-19, no entanto, deve aguardar 28 dias a partir do início dos sintomas ou da coleta do teste de detecção do coronavírus para receber a vacina.

Reunião assegura atendimentos e estudo para solucionar passivo do IPE

 Uma trégua de 30 dias foi acertada na reunião feita entre o governador Ranolfo Vieira Junior (PSDB), hospitais prestadores de serviço do IPE Saúde e o Ministério Público. Com o acordo, os atendimentos eletivos dos segurados não serão suspensos e, no período de um mês, uma comissão fará um estudo buscando soluções para liquidar o passivo de 475 milhões de reais da entidade com as instituições de saúde. O cenário de dificuldade financeira do IPE ocorre há 90 dias e gerou até a elaboração de uma nova tabela de medicamentos, o que desagradou administradores de hospitais. A análise da comissão irá avaliar reajustes em outras prestações de serviços defasadas. 

PSOL admite conversas com PT e PCdoB, mas descarta apoio ao PSB

A presença do ex-presidente Lula em Porto Alegre, momento em que o ex-presidente reforçou o pedido por união da esquerda no Estado, pode ter reavivado uma possibilidade de aliança entre o PT e o PSOL. Ao fim do ato de quarta, os pré-candidatos ao governo do RS, Edegar Pretto e Pedro Ruas, acenaram de mãos dadas aos militantes. Procurado pelo Sul21, Ruas confirmou que o gesto é uma intenção de conversa e de que há afinidades. Uma nova rodada de diálogos, segundo ele, deve acontecer, mas “em pé de igualdade” entre as legendas. Embora tenha se mostrado disposto para um eventual acerto com os petistas, contudo, Ruas afirma que o PSOL não considera a possibilidade de apoiar a pré-candidatura de Beto Albuquerque (PSB) ao governo do Rio Grande do Sul. “Não há diálogo do PSOL com o PSB politicamente.”

Outros links:

  • O trânsito nos dois sentidos da Avenida Otávio Rocha foi bloqueado para a continuidade das obras no Quadrilátero Central. As bancas da via serão transferidas ao Largo Glênio Peres.
  • Os relógios de rua em Porto Alegre tiveram um problema na sexta: eles não estavam mostrando nem horário nem a temperatura. O problema teve origem em um servidor externo e não havia prazo para retornarem ao funcionamento normal.
  • A obra que vai reativar o chafariz do Mercado Público atrasou. Prevista inicialmente para maio, a intervenção não tem mais prazo específico para ficar pronta.
  • Os profissionais do Grupo Hospitalar Conceição estão realizando uma capacitação nos idiomas creole e francês básico para atender imigrantes haitianos. Serão, ao todo, nove aulas, que se repetirão a cada semestre para grupos diferentes de profissionais.
  • Por conta da chuva prevista para ontem, a Parada Livre de Porto Alegre foi transferida para 12 de junho.
  • O presidenciável Ciro Gomes (PDT) cumpre agenda no Rio Grande do Sul esta semana. Na próxima quarta, ele participa do lançamento da pré-candidatura de Vieira da Cunha ao Piratini.
  • Uma abordagem da PRF no sábado flagrou 15 pessoas em situação análoga à escravidão dentro de um ônibus que estava em Canoas. O veículo também era usado como moradia.
  • Mais de 1,4 mil vagas de emprego foram colocadas à disposição esta semana no Sine de Porto Alegre. Já os concurseiros no Estado podem se inscrever em 14 seleções abertas.

Juremir Machado da Silva

Sobre ir embora do país

Lucas não entendia a obsessão de brasileiros pela Europa. Via gente conhecida, de classe média, vender tudo para ir viver na periferia de Lisboa. Achava absurdo que pessoas idosas deixassem suas raízes para morar até em lugares de longos meses frios e cinza e sem amigos por perto. Para ele, essa mania de Europa era um modismo e nada mais. Conhecia o exterior e sabia que vida de estrangeiro em qualquer lugar é dura. Para quem aceitasse ouvir suas críticas ao êxodo pós-moderno, como o chamava, profetizava com ar de grande entendido nas coisas da vida: “Na primeira doença eles voltam correndo pra casa”.

Leia a coluna completa


Cultura

“Gauchismo Líquido”: Clarissa Ferreira desconstrói noções hegemônicas de identidade cultural

Foto: Vitória Proença

Em entrevista ao repórter Ricardo Romanoff, a violinista e pesquisadora Clarissa Ferreira comenta o livro Gauchismo Líquido, coletânea de ensaios em que tece um panorama crítico das noções hegemônicas de identidade cultural gaúcha.  “Recebo retornos de pessoas que pesquisam a cultura gaúcha e de colegas músicos que ficam instigados com as temáticas que trago. Grande parte dos retornos também vem desse lugar que passa a se sentir interessado ou representado com os temas, principalmente as mulheres”, afirma a musicista. Leia a matéria.

Agenda (🔒)

De hoje a sexta-feira, das 10h30 às 20h, o Instituto Ling recebe a artista Fernanda Gassen para uma intervenção ao vivo no centro cultural.

Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) realiza uma série de atividades em junho alusivas ao Mês do Orgulho LGBTQIAP+.

Foi inaugurada na CCMQ a terceira mostra da exposição Cont(é)m POA, na Microgaleria Tatata Pimentel, propondo diálogos entre a poesia de Quintana e as artes visuais.

Para receber todas as dicas culturais do Roger Lerina enviadas aos assinantes premium do Matinal, assine aqui.

Receba a agenda completa


Você viu?

Ontem foi o Dia Mundial do Meio Ambiente. O Jornal do Comércio relembrou a trajetória de José Lutzenberger em entrevista com a jornalista Lilian Dreyer, autora de Sinfonia Inacabada – biografia romanceada do ambientalista que morreu há 20 anos em Porto Alegre. “O Lutz mesmo dizia que estamos andando numa rota de exclusão, ou a gente muda ou a gente muda. Porque na natureza, nenhuma espécie se torna tão proeminente, se multiplica tanto e consome tanto o seu ambiente. Nesse aspecto, ele temia não pela sobrevivência do planeta, que tem bilhões de anos pela frente e se regenera, mas a humanidade corre risco. Ao mesmo tempo, achava que não é possível que o ser humano, que desenvolveu uma mente tão fantástica, se autocondene à extinção”, diz Dreyer.

RELACIONADAS
;

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.