Reportagem

Atendimentos por acidentes com patinete disparam em Porto Alegre

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Atendimentos por acidentes com patinete disparam em Porto Alegre Porto Alegre passou a contar com mais de 450 patinetes em circulação a partir de outubro | Foto: Pedro Piegas / PMPA

O número de atendimentos a vítimas de acidentes com patinetes em Porto Alegre disparou ao longo deste ano. Considerando o período de janeiro a novembro, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre já atendeu 63 pacientes neste contexto, enquanto ao longo de todo 2022 foram atendidos 14 pacientes por conta desse tipo de incidente.

O dado em toda a cidade, porém, deve ser maior. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lembra que alguns pacientes procuram outros hospitais, além de pessoas que não buscam atendimento após as quedas.

Quanto aos que foram ao HPS, entre 1º de janeiro e 30 de novembro deste ano, 59 realizaram atendimentos ambulatoriais, e quatro precisaram de atenção hospitalar. A SMS não especificou qual tipo de lesões os feridos sofreram.   

Os dados informados pela SMS à Matinal também não têm a discriminação por mês. No entanto, o crescimento expressivo deste ano coincide com o retorno do serviço de aluguel de patinetes em grande escala na capital, iniciado no fim de outubro e operado pela empresa Whoosh. 

Inicialmente, 450 equipamentos do tipo foram colocados à disposição do público no Centro Histórico e na orla. Passados pouco mais de 40 dias, as áreas atendidas cresceram para regiões como partes de Moinhos de Vento, Rio Branco, Santana e Menino Deus. Porto Alegre também conta com outro serviço de aluguel de patinetes, a Adventure, com operações em duas regiões: na orla, mais voltadas ao lazer, e na zona norte, destinadas à mobilidade. 

Empresas citam necessidade de trabalho em conjunto

Contatada pela Matinal, a Whoosh salientou que limita a velocidade dos equipamentos em 20 km/h e restringe as áreas de funcionamento a “áreas de baixa velocidade” em razão da segurança – o aplicativo, contudo, permite a retirada de patinetes em avenidas de grande movimentação e com limites mais elevados, como nas imediações das avenidas Ipiranga, João Pessoa e Protásio Alves, por exemplo. 

Em Porto Alegre, a empresa informou ter reportado, dentre 19 mil viagens realizadas, apenas um incidente desde o início do período que está em operação. O grupo, porém, conta com o trabalho em conjunto com a prefeitura para proporcionar uma infraestrutura mais adequada ao modal: “Nosso objetivo comum é harmonizar o transporte de micromobilidade para a cidade como uma opção de transporte segura e confiável para todos”, concluiu a nota.

Responsável pela gestão de 250 patinetes de aluguel na capital, Eliakim Alvarez, da Adventure, afirmou que a empresa também registrou apenas um acidente em quatro anos de operação na cidade. Da mesma forma que a Whoosh, os equipamentos da sua marca são programados para andar até 20 km/h.

Mesmo com o número baixo de incidentes, Alvarez defendeu mais “consciência e responsabilidade” de cada um dos envolvidos no cotidiano da mobilidade – usuários, empresas e poder público. Para ele, o caminho para uma infraestrutura mais segura se dará por fases, sendo a primeira etapa a variedade de opções de modais pela cidade. Em paralelo, defendeu, é necessário seguir com ações de conscientização promovidas por empresas e órgãos de trânsito. 

Em Barcelona, prejuízo trabalhista de 1 milhão de euros

No ano passado, três médicos do Hospital de Asepeyo en Sant Cugat, em Barcelona, na Espanha, publicaram um artigo no qual classificaram os acidentes com patinetes como “uma nova epidemia”. O trio avaliou atendimentos realizados entre janeiro de 2018 a dezembro de 2020. Dos 167 feridos analisados, 105 sofreram ao menos algum tipo de fratura. Ao longo do período, os médicos calcularam o prejuízo com o afastamento do trabalho em 1.062.444 euros. 

“As lesões que as patinetes provocam podem se comparar às registradas em acidentes de alto impacto, gerando efeitos socioeconômicos significativos em razão da natureza das lesões e suas potenciais complicações”, concluíram os espanhóis. Neste semestre, também considerando a quantidade de acidentes, Paris baniu as patinetes de aluguéis


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