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Prefeitura assina contrato que amplia número de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre

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Prefeitura assina contrato que amplia número de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre Bike Poa terá 100 estações operando até sábado | Foto: Tem Bici / Divulgação

Uso do serviço já supera índices pré-pandemia na capital gaúcha e dados deverão auxiliar na criação de políticas públicas de mobilidade

Ao longo dos próximos 12 meses, o número de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre mais que dobrará. Nesta segunda-feira, a Prefeitura da Capital e a M1 Transportes, que opera a Tem Bici, assinaram o contrato de expansão do sistema Bike Poa, possibilitando o aumento de 410 para mil bikes. A ampliação ocorre em um momento em que o serviço já supera índices pré-pandemia.

De acordo com a empresa, na comparação dos sete primeiros meses de 2019 com os de 2022, o crescimento no uso foi de 22%. Levantamento da TemBici apontou que, em Porto Alegre, 77% utilizam o sistema para deslocamentos do dia a dia e 20% para lazer. Além disso, a maioria dos usuários pesquisados respondeu que utilizaria carro se não usasse as bicicletas.

Ainda antes do coronavírus, o sistema já dava sinais de potencial crescimento, como ocorreu durante a greve dos caminhoneiros. Mesmo assim, de 2017 para cá, apenas dez novas bicicletas foram adicionadas, e o número de estações, 41, mantido. Para efeitos de comparação, dentre as cidades em que a Tem Bici opera, o número de bikes em Porto Alegre só superava Salvador e era menos da metade do existente em Recife. Metrópoles maiores, como Rio e São Paulo, tem 3,1 mil e 2,7 mil, respectivamente.

A ampliação atual se deu a partir de um edital lançado pela Prefeitura no ano passado. A abertura das propostas seria em janeiro, mas o processo atrasou. Além da M1, outra empresa chegou a apresentar proposta, mas desistiu posteriormente, mantendo o Bike Poa como único serviço de bicicletas compartilhadas na Capital.

Mais bairros atendidos

O contrato assinado nesta segunda-feira tem duração de um ano, podendo ser estendido por mais cinco. A contar desta segunda, a Tem Bici tem 365 dias para completar a instalação das 59 novas estações na cidade. Azenha, Auxiliadora, Petrópolis, São Geraldo, Santana, Cristal, Tristeza e Ipanema, assim como a Praça da Encol, Parque Germânia são alguns dos bairros que passam a contar com estações.

“Estamos num projeto de ampliação do uso de bicicletas em Porto Alegre e a ampliação das estações vai permitir que coloquemos estações próximas a terminais, shoppings, próximos a fluxos de grande número de pessoas”, destacou o secretário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Adão de Castro, que se disse satisfeito com o resultado do chamamento. 

A lista das 91 estações já aprovadas pela EPTC está disponível neste link. As outras nove ainda passam por ajustes. Ainda não há projeção para o início da instalação das novas estações. O prazo mínimo é de que as novas estejam em funcionamento em até seis meses. 

O processo de escolha dos novos locais que receberão as bicicletas foi coletivo, segundo a Tem Bici. “A empresa passa por consultas do poder público da cidade, além de fórum com sociedade civil envolvida no fomento de bicicletas para Porto Alegre. Para esta expansão especificamente os nossos times se reuniram com um grupo de cicloativistas da cidade”, informou a empresa. A Tem Bici ainda diz que leva em conta quatro pilares para definir uma estação nova: integração modal, concentração de empregos e atividades, e infraestrutura cicloviária, além da densidade do sistema – que é distância de aproximadamente 400 metros entre cada estação.

O termo de credenciamento e de permissão de uso assinado pelas partes prevê uma intensa troca de dados. Uma das cláusulas determina que cabe à empresa: “Fornecer ao Município todos os dados da utilização do serviço, mediante a celebração de termo de confidencialidade, através de informações anonimizadas como número de locações, média de quilômetros rodados, número de usuários, fluxo diário de retirada e devolução por estação, pontos de início e fim das viagens, percursos das viagens, contendo faixas horárias do dia, quantidades de viagens e usos da plataforma, quilometragem percorrida pelos usuários e demais relatórios que poderão contribuir para as políticas públicas de mobilidade urbana”.

Bicicletas elétricas serão a novidade

Com a implementação das novas estações, o Bike Poa também passará a contar com bicicletas elétricas. Não há uma quantidade definida de quantos desses veículos Porto Alegre vai receber, mas eles estarão aptos a estacionar em todas as estações. Com autonomia aproximada de 60 quilômetros, as bikes elétricas poderão trafegar a até 25 km/h, e pesam 22 quilos, cinco a mais que as laranjinhas tradicionais.

Ao menos por enquanto não existe previsão de reajuste no preço do aluguel, que é de R$ 15 por mês, mas a opção das bikes elétricas será mais cara, em razão de sua assistência técnica com custo mais elevado.

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