Entrevista

Jane Souza – A autora que escreve Ella

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Jane Souza – A autora que escreve Ella Escrevendo sob uns olhos guerrilheiros muito críticos. (Foto: arquivo pessoal)

Jane Souza, professora atualmente aposentada, é a autora do folhetim que agora começamos a publicar. Eu a conheço faz muito tempo: nos encontramos no curso de Letras da UFRGS, onde leciono e ela foi aluna. Figura de grande valor, firme, acolhedora, simpática mas sem derramamentos, boa de briga – das boas brigas, especialmente daquelas que dizem respeito à educação e ao ensino da escrita e da leitura, seu chão. Como se vai ver, a história de Ella, que hoje inicia e segue por dez outros sábados, faz uma pausa para pensar sobre a dura e até aqui insatisfatoriamente pensada pandemia.

(Vale explicar previamente duas gentis menções feitas pela Jane. Primeiro, ela fala de uma experiência de escrita de livros numa escola de ensino médio, nos anos 1980, leva pelo Paulo Coimbra Guedes e por mim: foi de fato uma linda história, penosa mas produtiva, inventada meio no susto, no contexto em que a prática de redação voltava a circular nas escolas, por ter retornado ao Vestibular, depois de uns anos suprimida. Depois, a Jane menciona um livro “siamês”, lançado pelo Luciano Alabarse e por mim. Tratou-se de uma iniciativa editorial inspirada por sua vez num livro do João Silvério Trevisan e seu Livro do avesso (1992): o livro podia ser lido na ordem física habitual ou na ordem física inversa, bastando girar o exemplar. No nosso caso, o Luciano publicou uma coletânea de poemas, Sal na pedra, e eu um conjunto de contos, O edifício do lado da sombra, minha estreia em ficção, livro lançado em 1996.)

– Luís Augusto Fischer


  1. Jane, tua vida profissional está ligada ao ensino da produção de textos, em escolas públicas, não apenas de Porto Alegre. Podes contar em linhas gerais essa trajetória?

Pois então, Fischer, lá se foram 26 anos ensinado a ler e a escrever em escola pública destinada ao povo das beiradas de Porto Alegre. Pouco tempo em Canoas, cinco deles em Cachoeirinha e vinte na Vila São Miguel, no Morro da Polícia, ali no Grande Partenon. Um trabalho de Sísifo anualmente recomeçado, que iniciava em março e só finalizava em dezembro, não interessando se os tempos estivessem bons ou ruins. 

[Continua...]

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