Revista Parêntese

Parêntese #138: Oxalá

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Parêntese #138: Oxalá Ori Oristeia (Foto: Marcos Feijão)

Diz o Houaiss, o mais completo dicionário do português brasileiro de nossos tempos, que “oxalá” significa duas coisas bem diversas – é o nome de um orixá de origem iorubá, e também significa toda uma expressão, “Se deus quiser”. Cada uma das duas significações, curiosamente, provém de uma matriz: a primeira de um tronco africano, a segunda de um tronco árabe.

Sei, bem pode ser que lá atrás, num desses séculos inverossímeis do passado, esses dois troncos tenham sido um só, mesmo porque aquele mundo mediterrâneo carrega em si matrizes muito diversas na origem e convergentes no processo cultural. E a Península Ibérica faz parte desse grande universo.

Oxalá, a palavra com seus dois sentidos distintos, abre o texto de Samantha Buglione, que depois de nos levar a passear pela Bienal de Veneza deste ano, de mãos dadas com uma visada psicanalítica fortemente conectada com o mundo das artes visuais, nos conta agora de uma exposição em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, cujo tema é, para dizer de algum modo, o miolo da pororoca entre a Europa e a África. 

O destino, que também é um dos nomes de deus, levou embora, na semana passada, o grande ator Sirmar Antunes. Em sua entrevista para a Parêntese, ficamos sabendo de tanta coisa interessante que só relendo mesmo para saber. 

Mas agora outro homem de teatro comparece, também na condição de entrevistado. Jessé Oliveira conversou com Cristiano Goldschmidt e repassa umas quantas coisas sobre sua trajetória, que envolve a história do Grupo Caixa Preta. Senhores, eu vi ao vivo, duas vezes, o Hamlet sincrético que eles levaram à cena e posso dizer: que espetáculo estupendo. 

Uma figura como Ivone Pacheco, obscura e ao mesmo tempo central, recebe o perfil de Vitor Necchi, que nos conta do clube de jazz Take Five, estruturado em torno dela mas agora reinventado, para permanecer.

Lúcio Carvalho dá notícia sobre o mundo do direito autoral de livros na Noruega distante. Sua biblioteca principal tem algo de um paraíso e vem produzindo alternativas para lidar com os milhões de livros produzidos por nossa inteligência. Nossa dos humanos, quero dizer. Nossa como a do Tiago Maria, entrevistado por Nathallia Protazio para contar de seu recente lançamento. 

O folhetim do Ângelo Chemello Pereira avança ao quinto capítulo com o Guaíba entrando nos relatos da personagem, e o novo capítulo da história local, na trama concebida pelo Arnoldo Doberstein, conta do bairro Moinhos de Vento. Arthur de Faria traz o primeiro capítulo da Era dos Festivais dos anos 1960 na cidade. 

A terceira parte da série de Giba Assis Brasil e Fraga esclarece novas dimensões do universo paralelo dos palíndromos, que podem ser, veja só, silábicos, vocabulares, circulares… Acredita? A ti derca?

E tem ainda a tristíssima história de Maria da Graça, uma cantora gaúcha, com uma vida pesadíssima, que faleceu esta semana. Renato Rosa produziu uma lembrança sensível dela.

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