Um dos mais prolíficos e premiados diretores da atualidade, o sul-coreano Hong Sang-soo chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (1º/9) com mais um drama delicado e agridoce. Prêmio de melhor roteiro no Festival de Berlim do ano passado, o belo Encontros (2021) aborda novamente um tema caro ao cineasta: os relacionamentos humanos – em especial os amorosos –, que se entrecruzam em uma narrativa dividida em partes.
“A Mulher que Fugiu” é um retrato sensível da amizade feminina
No primeiro ato de Encontros, Young-ho (Shin Seok-ho), um jovem de 20 e poucos anos, pede à namorada, Ju-won (Park Mi-so), que o aguarde em um café enquanto ele faz uma rápida visita ao pai, um médico (Kim Young-ho) – que, por sua vez, está ocupado atendendo ator famoso (Ki Joo-bong).
Na segunda parte do filme, Ju-won está morando em Berlim, onde estuda moda e conhece uma artista plástica – interpretada por Kim Min-hee, musa e parceira do realizador Hong Sang-soo –, amiga da mãe da jovem que a hospedará enquanto ela procura um lugar para morar. A pintora, diz a mãe, não tem muitos amigos, será bom ela ter alguém para conversar. Lá, a jovem é surpreendida pela visita do namorado.
Por fim, na última parte, de volta à Coreia, Young-ho encontra a mãe (Yun-hee Cho) almoçando com o ator do primeiro segmento. Entre uma dose e outra de soju – bebida tipicamente coreana e sempre presente nos filmes do diretor –, a conversa toma caminhos estranhos abordando, entre outras coisas, a arte de atuar e as paixões humanas.
Além da direção, Hong assina também o roteiro, a montagem, a música e a belíssima fotografia em preto e branco. Para o diretor, a principal preocupação é que o elenco se mantenha fiel aos diálogos, deixando os atores livres para interpretar como quiserem a partir de um mínimo necessário de instruções.
Retrato em preto e branco da vida como ela é
Relato intimista e minimalista de Hong Sang-soo, equilibrando afeto e humor com elegância e comedimento, Encontros é mais um capítulo da extensa cinematografia de quase 30 longas do sul-coreano – de alguma forma harmonizados entre si em um extenso depoimento polifônico sobre a condição humana, com títulos memoráveis e premiados como Noite e Dia (2008), Hahaha (2010), O Dia em que Ele Chegar (2011), Certo Agora, Errado Antes (2015) e Na Praia à Noite Sozinha (2017), entre muitos outros.
Encontros: * * * *
COTAÇÕES
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