Ciclovia da Ipiranga é liberada após cinco dias causando risco a ciclistas
Retirado nesta terça, tapume para obra de nova ponte ocupava todo o espaço destinado às bikes, deixando apenas uma faixa de grama, rente à pista da avenida
Tinha uma obra no meio do caminho. Só que o meio do caminho era uma ciclovia, que fica entre um arroio e uma das avenidas mais movimentadas de Porto Alegre, a Ipiranga. Entre os tapumes e a faixa da esquerda do sentido Centro-bairro, restava pouco mais de um metro, na grama, para ciclistas e eventuais pedestres passarem.
A situação só foi contornada na tarde desta terça-feira, após contato do Matinal questionando a respeito e cinco dias após o início da instalação dos tapumes. Foram dois dias de reuniões entre a empresa responsável, a PUCRS e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
A obra em questão teve início na última semana de agosto. Trata-se de uma ponte que será construída na saída da quadra Norte do campus de Saúde da PUCRS. É uma contrapartida da universidade para melhoria do fluxo viário da região. A partir da conclusão da estrutura, será possível sair do estacionamento desta parte do campus direto para o sentido Viamão. Os tapumes, de acordo com a PUCRS, foram instalados no dia 1º de setembro.
Na manhã de segunda, a EPTC disse que cobrou uma solução para o bloqueio da ciclovia. Na véspera, um domingo ensolarado, havia um grande fluxo de ciclistas e pedestres utilizando a ciclovia. Para passar pelo trecho, era necessário atravessar a avenida fora da faixa de segurança ou se espremer para andar rente ao tapume e não ir para a pista. Não há uma barreira fixa separando a ciclovia da avenida no trecho.
A EPTC chegou a informar ao Matinal que a pista da esquerda Ipiranga no local seria bloqueada para que as bicicletas pudessem passar. Isso seria feito na tarde desta terça, quando houve a decisão de retirar temporariamente o tapume e liberar a ciclovia.
O bloqueio da faixa, segundo o advogado e diretor do Laboratório de Políticas Públicas, Marcelo Sgarbossa, é o que deveria ter sido feito desde o início, com barreiras fixas, além da instalação de placas metros antes avisando do estreitamento da pista. “Se fosse para os motoristas, a Prefeitura teria feito um desvio ou usado meia pista. Como é para o bike, bloqueia tudo”, criticou.
Questionada, a EPTC afirmou a intervenção não estava como previsto no projeto, o que motivou as reuniões com a PUCRS e a empresa responsável pela obra.