Revista Parêntese

Parêntese #165: Absurdo

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Parêntese #165: Absurdo Foto: Fernanda Chemale

Já o filósofo e intelectual de miolo mole Caetano Veloso sentenciou: absurdo, o Brasil pode ser um absurdo, mas ele não é surdo – o Brasil tem ouvido musical. O trocadilho de passar de absurdo para surdo é uma trivialidade, mas não deixa de ter lá seus encantos. 

“Intelectual de miolo mole” foi como José Guilherme Merquior, um liberal inteligente (que como uma grande quantidade de seus pares não se furtou a trabalhar para governos autoritários, porém), qualificou Caetano; este, em lugar de se ofender, viu razão no juízo, que era pra ter sido um esculacho mas virou um momento de autocrítica. Quem quiser conferir, leia o capítulo “Carmen Miranda não sabia sambar”, texto de abertura da nova edição de Verdade tropical, ensaio-memória de Caetano Veloso.

Absurdo tem para tudo que é gosto. O caso das joias árabes na mão ou na intenção de figuras de primeiro plano no governo federal passado. A invasão da Ucrânia, que dura mais de um ano. O fraquíssimo futebol do meu time, o Colorado. O alegado mas não demonstrado prejuízo que a Redenção causaria aos cofres públicos.

“Absurda” é o nome da talvez mais nova livraria de usados em Porto Alegre, ali pertinho do Capitólio, na Borges, centro de Porto Alegre. Seu dono é Júlio Zanotta, uma figura que vale a pena conhecer, e que se dá a conhecer na entrevista desta edição, a 165. Dramaturgo, agitador cultural, livreiro, cultor do absurdo; confira.

O folhetim de Tiago Maria alcança seu segundo capítulo, com uma visita a um inferninho digno do nome. No segundo caso da série, Heloísa Netto nos apresenta o segundo caso de Pinóquio fascista. Também segundo é o capítulo da saga relatada por Arthur de Faria, enfocando o grupo Almôndegas. 

Arnoldo Doberstein nos conta da inauguração do viaduto Otávio Rocha, essa joia da arquitetura e do urbanismo de Porto Alegre. Na sua crônica de sábado, Juremir faz uma crítica ao que vê como uma nova seita, os adoradores do Uber: “Adorador aceita ser explorado. Ajoelha-se diante do mestre. Repete a cantilena do ídolo como se fosse a luz do sol”.

Três crônicas de primeira qualidade completam o cardápio: no velho e bom tom debochado que a caracteriza, Ana Marson se compadece do sacrifício que os princesos terão. Paulo Damin passeia pelas virtudes sutis da leitura do amor. E Alfredo Fedrizzi dá balanço nos endereços de seu celular.

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