As Aventuras surfam no rock instrumental
A banda As Aventuras faz show no Bar Ocidente nesta quinta-feira (10/11), a partir das 21h, dividindo com o Projeto Shaun a noite do Ocidente Acústico. Com protagonismo feminino e influências da surf music, o quarteto instrumental formado atualmente por Aline Araújo (teclas), Gabriel Sacks (bateria), Gabriela Lery (baixo) e Nati Schmitz (guitarra) vem retomando as apresentações do EP Mulher-Panthera, lançado em 2019 e levado poucas vezes aos palcos por conta da pandemia.
A história d’As Aventuras começa em meados de 2006, com o foco em releituras de surf music instrumental e composições de grupos como The Ventures – que é referência para o nome da banda porto-alegrense. Outra influência dos primeiros passos foi o rock instrumental da Pata de Elefante – com o qual As Aventuras gravaram a faixa Squirt Surf, lançada no álbum Na Cidade, da Pata.
Em 2016, o músico João Pedro Cé – relembre a entrevista –instigou As Aventuras a participarem do Festival Porto Alegrense de Bandas Instrumentais. Para integrar o line-up, entretanto, era necessário apresentar músicas autorais. A partir do estímulo do amigo, As Aventuras entraram em nova fase, dedicando-se à composição e incorporando outras sonoridades.
“Foi uma virada de chave importante, inclusive da importância da banda nas nossas vidas”, recorda Araújo, que também integra a Trabalhos Espaciais Manuais e a Lucas Brum Big Band. “Nosso processo de composição é muito coletivo. Partimos das ideias de cada uma, mas a mágica acontece quando essas ideias se sobrepõem”, completa.
“Não somos mais uma banda de surf music, somos uma banda de rock instrumental que passa pela música brasileira, pelo jazz e várias influências no meio do caminho”, observa Schmitz, idealizadora e participante de todas as formações d’As Aventuras.
Fazendo jus ao nome, a banda já se aventurou Brasil afora, como na 18ª edição do festival Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe, em 2019, realizado em Belo Horizonte, capital de um estado sem litoral, mas com fãs de surf music que puderem ouvir uma das primeiras apresentações das faixas do EP Mulher-Panthera.
Na retomada de shows após os momentos mais críticos da pandemia, uma nova aventura em outras latitudes marcou a trajetória do grupo. Entre agosto e setembro deste ano, As Aventuras se apresentarem no Festival Sonido de Música Instrumental e Experimental, no Pará, com shows no Complexo do Ver-o-Peso, em Belém, e em Parauapebas, no interior do estado, situada em meio à imensidão da Amazônia.
“O público se identificou instantaneamente com o nosso show, e no EP temos a faixa Panthera do Pará, que traz referências da guitarrada. Essa música ganhou um groove especial com a galera dançando uma lambada. No Sul, essa música nunca tinha funcionado desse jeito”, diverte-se Araújo.
“Foi muito importante reencontrar o lugar da banda e ver as nossas músicas sendo tão bem recebidas por gente que ainda não nos conhecia. Esse trabalho, que ficou parado por tanto tempo durante a pandemia, ainda faz sentido e reverbera nas pessoas”, destaca Lery – leia a entrevista –, que integra As Aventuras desde 2019.
A fase pós-pandemia é marcada também pela entrada de Gabriel Sacks (Trabalhos Espaciais Manuais) no grupo. Entusiasta de longa data do conjunto, Sacks acrescentou novas camadas percussivas à sonoridade da banda. Embora o grupo não seja mais formado exclusivamente por mulheres, As Aventuras seguem afirmando o protagonismo feminino em bandas de rock e na música instrumental. “Temos esse papel fundamental de instigar as gurias a tocarem instrumentos”, ressalta Schmitz.
As integrantes da banda contam que já estão trabalhando em composições novas, que devem ser lançadas ao longo de 2023.
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Projeto Shaun e As Aventuras no Ocidente Acústico
Quando: 10 de novembro de 2022
Horário: 21h
Onde: Bar Ocidente
Endereço: Avenida Osvaldo Aranha, 960 – Bom Fim – Porto Alegre/RS
Ingressos à venda no Sympla e na bilheteria do bar