Parêntese #199: Igor Simões por Izis Abreu | Richard Serraria | Cores de outono e mais

Entramos em novembro, a sexta-feira do ano. No primeiro sábado do mês da Consciência Negra, olhamos no retrovisor para avaliar a diversidade de temas e autores presentes na nossa revista. Na Parêntese e na Matinal como um todo, embora estejamos atentas e atentos a essa questão, sabemos que precisamos ampliar cotidianamente as vozes de nossas publicações.

Ao longo das edições deste mês, dando um passo no sentido de diversificar nossa base de autores e assuntos  – e que não se limita a novembro –, convidamos pessoas negras ligadas a diferentes áreas para trazerem suas contribuições. Na edição de hoje, temos uma entrevista com o curador Igor Simões, realizada por Izis Abreu, também curadora. 

Simões é um dos nomes à frente da exposição Dos Brasis, em cartaz no SESC Belenzinho em São Paulo, que tem como eixo a centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares. Na conversa entre a dupla de curadores da histórica exposição Presença Negra no MARGS, Igor questiona:

“Quais são os desafios impostos para a branquitude dentro desses espaços onde ela sempre foi regra? Como essa branquitude, nas diferentes áreas do campo das artes visuais, tem se sentido ameaçada e muitas vezes contra-atacada por essa presença maior de corpos negros no campo da crítica de arte, da curadoria de arte, da história da arte e da produção poética em artes visuais no Brasil?”

Richard Serraria, poeta e cancionista, escreve sobre a origem e a presença de tambores africanos no Rio Grande do Sul, resgatando histórias do século 18 até movimentos atuais. O autor reverencia as musicalidades quilombolas vivas. 

Paulo Gaiger reflete sobre a origem da tirania, tendo como pano de fundo o conflito entre Israel e Palestina. O autor, aliás, lança o livro Metáfora das flores na Feira do Livro de Porto Alegre, na quarta-feira (08/11), às 18h.  

Por falar em Feira, a Praça da Alfândega segue com uma programação intensa até 15/11. Hoje, trazemos mais dois trechos de obras que terão sessão de autógrafos durante a semana. Praieiros, livro de haicais de Diego Petrarca, e o romance Falso lago, de Carolina Panta. Confira a agenda completa de atividades e aproveite o final de semana para dar uma garimpada nos balaios. 

Enquanto isso, Luís Augusto Fischer, mesmerizado pelas cores do outono no hemisfério norte, pondera sobre tudo aquilo que compõe o ato de ver: a luz, o clima e também a subjetividade – aliás, parabéns ao professor, que nesta semana recebeu o Prêmio Mário de Andrade, da Biblioteca Nacional, pelo livro A ideologia modernista: a Semana de 22 e sua consagração (Todavia), em que questiona mitos em torno dos protagonistas do famoso evento literário.

Por fim, neste e em todos os outros meses, devemos celebrar o legado de Oliveira Silveira (1941 – 2009), que já foi tema em diversos artigos e matérias dos veículos da Matinal – além de autor póstumo. Ao final desta newsletter, relembramos alguns dos textos sobre a atuação do escritor e seu papel na criação do 20 de Novembro.