Editorial | Revista Parêntese

Parêntese #201: Eleições argentinas | 20 de novembro | Albert Camus | Taiasmin Ohnmacht e mais

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Parêntese #201: Eleições argentinas | 20 de novembro | Albert Camus | Taiasmin Ohnmacht e mais Foto: Carolina Grabowska/Pexels

Amanhã será um dia decisivo nas urnas da Argentina. Nós, que já passamos por quatro anos de um desgoverno, entendemos bem a aflição dos nossos hermanos, e nos solidarizamos. Não apenas porque sabemos o que eleger Milei pode representar no campo psicossocial, mas pela proximidade com o país vizinho e as relações-chaves que mantemos enquanto Mercosul. 

Recebemos um relato, por áudio, de Omar Gianmarco, músico argentino, que nos contou um pouco sobre o clima de tensão na cidade. Por um lado, há tentativas de alegar fraude por parte do candidato da extrema direita. Por outro, há grupos que estão aproveitando o que há de tempo para fazer uma micro militância final. São, por exemplo, familiares de desaparecidos da Ditadura Militar e médicos em defesa da saúde pública que entram nos ônibus e contam suas histórias para virar voto. Resistência até o minuto final. 

O domingo será longo por lá. E nós, aqui na Parêntese e na Matinal, teremos o privilégio de contar com relatos in loco da nossa super parceira Claudia Tajes, além de fotos do Theo Tajes, que reportarão direto das ruas da capital portenha. 

Enquanto isso, hoje trazemos um breve ensaio de Marcus Vinicius de Freitas Rosa, sobre as datas que representam símbolos de liberadade para os negros do Brasil. O historiador elucida a diferença entre concessão e conquista: “A substituição do 13 de maio pelo 20 de novembro – data em que Zumbi, líder palmarino, foi assassinado – cumpriu funções políticas, históricas e simbólicas importantes: significou a troca da concepção de liberdade concedida pela de liberdade conquistada; o protagonismo das elites pelo protagonismo dos escravizados; a princesa branca pelo rei negro; Isabel por Zumbi”, escreve. 

Luís Augusto Fischer nos conta sobre um passeio em família à Filadélfia, no estado da Pensilvânia, EUA, e sobre como a cidade mantém viva um capítulo vergonhoso da sua história. Para que jamais seja esquecido, convém lavrar em pedra, em praça pública. Juremir Machado da Silva comenta sobre a experiência de ler Jon Fosse, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2023, e sobre os casos de censura ocorridos recentemente em Santa Catarina.

No mês em que Albert Camus completaria 110 anos, o pesquisador Arthur Grohs apresenta uma justa homenagem ao escritor franco-argelino, que escreveu como poucos sobre a condição humana. 

No campo da ficção, no segundo capítulo do folhetim, Claudia Tajes narra as desventuras da gremista Áurea, que teve o coração roubado por um colorado fanático. E Taiasmin Ohnmacht nos brinda com um conto inédito que diz mais ou menos assim: não menospreze as forças de Exu. 

Para fechar, duas dicas. Para ler: Demétrio Xavier, colaborador eventual da Parêntese, acabou de lançar Cevando a palavra, na 69a Feira do Livro de Porto Alegre. Trazemos na edição de hoje, um comentário do próprio autor sobre a obra. Para assistir: André Oviedo resenha Garçonete: uma peça banquete. O espetáculo, com atuação de Gabriela Barretto e direção de João Pedro Madureira, estará em cartaz no bar Ocidente, na quarta-feira, 22/11, às 21h. 

Boa leitura! 

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