Revista Parêntese

Parêntese #175: O caco e o conjunto

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Parêntese #175: O caco e o conjunto

O conjunto tem a ver com Raymundo Faoro, cuja morte completou 20 anos dia 15 agora; o caco tem a ver com o Barcelos.

Tá bem, trocadilho é uma forma fácil e até trivial de juntar coisas díspares; e foi isso que o título fez, exatamente. 

Caco Barcelos é um dos grandes jornalistas investigativos que o Brasil conhece. Nascido aqui na cidade, mas com carreira consolidada pelo Brasil afora, ele está gravado num vídeo que vai dar gosto de ver, em mais uma parceria da Parêntese com a Cubo Play. Carlos Caramez juntou o Caco com dois camaradas de ofício e geração, Licínio Azevedo e Emílio Chagas, e os quatro repassaram a aventura de suas vidas. 

O todo do Faoro é também o Brasil, não visto com a proximidade crítica que o jornalismo praticado pelo Caco nos proporciona e sim de uma altura panorâmica. Nascido em Vacaria e formado em Direito pela UFRGS, Faoro produziu uma das mais instigantes obras de interpretação da formação brasileira de todos os tempos. E isso com a originalidade de explicar a estrutura de poder no país a partir de uma ideia contraintuitiva: a de que os donos do poder, entre nós, não vêm das altas posições econômicas, e e sim de sua posição nos altos escalões da república, a plataforma de mando real. 

Faoro foi buscar em Weber a categoria do “estamento”, parecido com “classe” mas diverso, a chave conceitual para sua obra magna, Os donos do poder, por sinal reeditada com requintes pela Cia. das Letras em 2021. 

Esse legado vai aqui abordado em três materiais: um relato de Paulo Augusto Franco de Alcântara, que estuda sua obra a partir dos diários do tempo de estudante de Faoro, um ensaio brilhante e sintético de Pedro Fonseca, um dos grandes leitores de nosso tempo, e parte de uma entrevista de Marcelo Coelho com Faoro, no ano de 2000, em que ele comenta especialmente a concepção e a recepção do grande livro.

Saudamos aqui o retorno do Pablito Aguiar à Parêntese, hoje reportando uma entrevista com Marcelo Vasconcelos dos Santos, que ajuda a produzir e vender o jornal Boca de Rua, que é preciso conhecer – veja no instagram jornalbocaderua ou assine em https://acesse.one/bocaderua.

Em debate na Famecos, o deputado Orlando Silva discutiu pontos fortes e fracos do projeto das fakenews com professores e estudantes da PUCRS. “Até os grilos sabem que a regulação das grandes plataformas é fundamental”, escreveu Juremir. “A hora da lei está chegando. É pra já.” 

Tudo isso e mais um grande elenco: Arnoldo Doberstein relembra um dos dois bicentenários de Porto Alegre, Frederico Bartz fala de uma barbearia comunista, Renata Dal Sasso de certas viagens e Juliana Wolkmer oferece mais um item da história do curso de Teatro da UFRGS – o livro, como já dissemos, será lançado terça, dia 22, no Centro Cultural da UFRGS. E o folhetim de Paulo Damin passa ao segundo capítulo.

P.S. – Hoje de tarde, das 14 às 18h, vai rolar a primeira Feira de Livros de História, na Vila Flores. Autores de livros dessa especialidade estarão lá, com seus filhotes impressos, para autografar e conversar.  

– Luís Augusto Fischer 

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