Editorial | Revista Parêntese

Parêntese #218: Piauí, Armênia

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Parêntese #218: Piauí, Armênia

Nelson Rodrigues uma vez escreveu uma enfiada de crônicas falando no Piauí. Começou com uma menção casual ao estado brasileiro, que ele aproveitou para desenvolver na forma de uma pergunta autocrítica: há quanto tempo ele não pensava no Piauí? Segundo sua lembrança, desde uma velha canção popular, que circulava nos tempos de sua infância, nos anos 1910 (era “O meu boi morreu”). 

E ocorreu que um leitor piauiense reclamou, considerando que a crônica era um deboche e uma provocação (Nelson era um clássico provocador). Nelson desandou a falar da solidão do Piauí, de seu isolamento, da ausência de escritores e artistas do bravo estado nordestino (ou nortista?).

Um sentimento parecido me invadiu quando conheci o Daniel Scandolara e soube de sua intimidade com a Armênia. Há quanto tempo eu não pensava na Armênia? Desde que li uma tradução (ruim) de um livro de contos do genial William Saroyan, filho de armênio imigrado para os EUA. Li o livro porque o Caetano Veloso o cita e elogia – e não me frustrei. 

Neste número, a Parêntese encerra um ciclo de cinco relatos do Daniel sobre sua relação com aquela velhíssima e para nós remotíssima região. Com Os que ficam e os que escolhem ficar, a Armênia vai permanecer em nosso horizonte como uma terra de profunda humanidade.

No penúltimo capítulo da série sobre Dinah Silveira de Queiroz, Ana Cristina Steffen conta sobre personagens marcantes dos romances da autora, sobretudo Daniela, de A Muralha – livro que virou minissérie da Globo. 

Jandiro Koch, nosso colaborador de longa data, mergulha em cartas e críticas sobre duas polêmicas obras de Paulo Hecker Filho: O Internato e O digno do homem. Fernando Seffner escreve sobre o dia 24 de março, dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça, feriado nacional na Argentina.

Na sessão de crônicas temos Tiago Medina que estava em Portugal durante as eleições e reflete sobre as similaridades e diferenças do processo brasileiro e o papel da imprensa e Antonio Villeroy, que escreve um relato saudoso, sincero e cheio de belas memórias sobre sua mãe. Juremir Machado da Silva oferece aos leitores um poema sobre memórias.

Para fechar, compartilhamos um belo manifesto, elaborado pelo Museu de Percurso do 3o e 4o Distritos, um grupo que nasceu a partir da Faculdade de Arquitetura da UFRGS e que convoca a população a defender a memória dos antigos bairros industriais de Porto Alegre. Vale conferir e assinar o manifesto!

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