Revista Parêntese

Parêntese #110: Teias

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Parêntese #110: Teias

Sempre que pode, a vida de nossos dias nos afasta dos elementos naturais e espontâneos. Qualquer coisa menos organizada é vista já como sujeira, como presença indesejada – a gente vai lá e taca um produto químico para que a coisa desapareça e tudo fique controlado de novo. Aparentemente controlado – porque depois vêm as incontáveis alergias.

Um querido primo, médico pediatra especialista em doenças do aparelho respiratório (o Gilberto Fischer), me contou que já há estudos demonstrando o valor de crianças, desde pequenas, entrarem em contato com a “vitamina S” – S de sujeira. É uma brincadeira, mas a coisa é séria: lidar com as impurezas da vida ajuda a criar defesas também naturais. 

Daí as teias. A primeira reação diante delas é varrer, espanar, desfazer. Uma coisa “com teia de aranha” denota desconsideração, desleixo, abandono. Mas olha só as fotos que o Ângelo Chemello Pereira fez – a beleza inóspita das teias. Mas beleza, ainda assim. 

Depois vem o desdobramento metafórico das teias – relações complexas, redes de conexões, relações em rama. Como foi o caminho para que a edição 110 trouxesse a voz da Luciany Aparecida, escritora realmente singular, que a Nathallia Protazio ouviu e traz por escrito

Em que labirintos entra uma pessoa que precisa de transplante? E aquela que necessita um segundo transplante? A Milena Cabral nos conta, no capítulo 7 de seu folhetim. Em que experiência danada entra uma mulher madura que pega covid apesar de todos os cuidados e com todas as vacinas? A Zara Gerhardt rememora essa dura experiência.

Cristiano Fretta medita sobre outra teia, a do ensino de literatura. Fernando Seffner traz outro capítulo de sua saga pelos nomes de prédios na cidade, outra trama complexa e invisível, a não ser que um observador atento nos desvende. E o Arthur de Faria segue contando a vida nada retilínea do grande Geraldo Flach.

A edição conta ainda com uma crônica do Tônio Caetano sobre a pegajosa teia da falta da elementar água na vida de tantos concidadãos, hoje e sempre. Temos mais um fio da história do bairro Tristeza escrita pelo Arnoldo Doberstein. E para terminar: um conto da argentina Fernanda García, traduzido pelo Sérgio Karam, proporciona outra visão sobre a trama da vida. 

– Luís Augusto Fischer

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